Por pedirem recontagens nas eleições, denunciam Daniel Quintero à Procuradoria-Geral da República

A denúncia apresentada pelo deputado Luis Peláez acusa o prefeito de Medellín de intervir na política em favor do Pacto Histórico

Guardar

As atuações de Daniel Quintero durante as eleições para o Congresso de 13 de março lhe renderam uma nova polêmica. O prefeito de Medellín não só revelou publicamente seu voto para a consulta do Pacto Histórico, mas nos últimos dias ele se juntou aos líderes da consulta de esquerda que exigiram uma contagem de votos para esclarecer as tabelas que o Pacto e a Força Cidadã tinham sem votos. Isso levou a uma reclamação ao Gabinete do Procurador-Geral por intervenção na política.

A denúncia veio de um de seus rivais políticos, o deputado da Assembleia de Antioquia Luis Peláez. O líder do partido Dignidad entrou com uma ação no Ministério Público para abrir uma investigação formal para um trino em que Quintero exigiu que a contagem dessas tabelas fosse aberta.

O trinado de Daniel Quintero
O trinado de Daniel Quintero

A mensagem, juntamente com a exibição pública dos cartões do prefeito, gerou fortes críticas de setores que buscavam seu recall. Recorde-se que Quintero recebeu o apoio de Gustavo Petro e de outros grandes eleitores da esquerda, que denunciaram a revogação de seu mandato como intervenção da comunidade empresarial Paisa e setores próximos a Álvaro Uribe.

Embora Luis Peláez represente um movimento de centro-esquerda como Dignidad, ele é um dos maiores adversários de Quintero. Em declarações coletadas pela Blu Radio, o deputado garantiu que sua queixa é devida “basicamente porque ele anuncia em um trino que quer defender os votos de um determinado grupo, que também o defende no nefasto gabinete do prefeito que ele está fazendo em Medellín, mas por esse motivo denunciamos prefeito Daniel Quintero ao Gabinete do Procurador-Geral da Nação por intromissão indevida na política, não pode fazê-lo.”

De acordo com a denúncia, publicada pela mesma emissora, a expressão específica dos movimentos do Pacto Histórico e da Força Cidadã em meio ao escrutínio é uma ofensa gravíssima conforme o artigo 48, parágrafo 39 da lei 734 de 2002.

Quintero disse nesta sexta-feira que não havia participado da política com sua declaração. Segundo o presidente, “não é participação na política porque as eleições já passaram, estou falando do que já aconteceu. Se esse gabinete do prefeito fez alguma coisa, é dar garantias a todos”. O Gabinete do Procurador-Geral não respondeu à reclamação.

O presidente teve outra polêmica nas redes sociais nesta sexta-feira, ao reagir ao debate nos jornais El Colombiano e El Heraldo com o canal Red+. Segundo Quintero, o jornal regional de Medellín passa o tempo “inventando fofocas” contra sua administração, com o apoio de empresários “condenados pelo Hidroituango”.

“Todos os dias o El Colombiano ganha uma nova manchete, é bobagem abri-la porque não importa. Eles publicam apenas as investigações que se abrem para nós, que eles mesmos são os que nos denunciam, mas não contam os que nos fecham. Todos os processos foram fechados para nós, porque são fofocas que têm uma estratégia e é que a verdade não é conhecida e que os responsáveis pelo Hidroituango não pagam. É por isso que o El Colombiano foi comprado pelos empresários condenados pelo projeto”, disse o prefeito Quintero.

Ele também criticou os candidatos presidenciais Federico Gutiérrez e Sergio Fajardo, que no meio do debate rejeitaram seu desempenho como sucessor de ambos no gabinete do prefeito de Medellín. “O desgoverno de Daniel Quintero. Em dois anos e três meses, é impossível entendê-lo em uma única verdade”, apontou Gutiérrez, e Fajardo ressaltou que ele era “um bom ator, mas ele é um falso”, e até mesmo a candidata a Oxygen Green, Ingrid Betancourt indicou que a atual administração “tirou a esperança do povo de Antioquia.”

CONTINUE LENDO

Quem são os novos senadores que entram após a recontagem e que foram removidos do Congresso?

Guardar