A Petroperú está em meio a uma crise institucional que preocupa tanto o Estado quanto os trabalhadores da empresa. Os funcionários temem que a empresa acabe em falência, devido à má gestão da administração atual da empresa. Além disso, denunciam abusos de seus direitos trabalhistas, por isso estão exigindo a saída do gerente geral, Hugo Chávez.
A crise em Petroperú atingiu tal nível que fez com que a agência Standard & Poor's (S&P) rebaixasse sua classificação de longo prazo de BBB- para BB+ há alguns dias, colocando-a em uma categoria onde 'junk bonds' são colocados. Isso despertou a preocupação dos proprietários da empresa estatal: o Estado, e gerou incerteza entre os trabalhadores.
Isso é agravado por alegações de abuso por parte dos funcionários, que acusam a gerência geral, liderada por Hugo Chávez Arévalo.
CORTE SALARIAL
Aldo Collantes, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores Administrativos da Petroperú (STAPP), testemunhou ao La República, observando que, em 14 de março, a estatal reportou o corte salarial de um total de 125 trabalhadores.
Em comunicado, a empresa afirmou que 112 desses funcionários tinham salários “não proporcionais ao seu nível de responsabilidade”. Por outro lado, dos 13 restantes, foi relatado que eles seriam realocados de posições com outra escala salarial. Eles argumentam que essas medidas não têm base alguma.
“(...) informamos que há cento e doze (112) trabalhadores identificados que recebem salários que não correspondem ao seu nível de responsabilidade, razão pela qual a Alta Administração ordenou a redução dos mesmos a partir dessa data”, lê-se no documento.
“Também é relatado que há um grupo de treze (13) trabalhadores que desempenham funções de supervisão sem a qualificação acadêmica correspondente, que serão colocados em outros cargos e na escala salarial correspondente”, acrescenta.
No entanto, diante da pressão dos trabalhadores, a estatal rescindiu a medida.
Collantes disse que, depois que o STAPP não apoiou a atual administração da Petroperuu, eles começaram a ser atacado. Por exemplo, o atual secretário-geral da STAPP, com 28 anos de serviço, mudou de cargo em dezembro de 2021. Passou de supervisor de tesouraria a assistente de atendimento ao cliente. Além disso, ele foi transferido de San Isidro para a refinaria de Conchán, embora a regra afirme que um líder sindical não pode ser movido de sua localidade.
Por esse motivo, o sindicato escreveu uma carta aberta e afirmou que “foi demitido e/ou humilhado por remoções e transferências para fora do local de trabalho habitual e redução arbitrária de salários para trabalhadores com mais de 40 anos de serviço; confrontos entre trabalhadores, incentivo e patrocínio organizações sindicais, corrompendo a luta sindical, sujeitando-as com presentes e vantagens sobre as quais não aceitamos sua arrogância e abuso”.
Por outro lado, Collantes denunciou que a atual administração mudou cerca de 90% da administração da empresa e eles foram substituídos por ex-funcionários do Governo Regional de Áncash. Ele afirmou que eles não atendem ao perfil para assumir a responsabilidade, uma vez que não têm experiência no setor de hidrocarbonetos.
“Queremos que a administração mude definitivamente com sua saída, porque a reputação financeira está associada à sua presença na Petroperú. Só ele (Hugo Chávez) estragou a imagem da empresa”, disse.
CHAMADA PARA GREVE NACIONAL
Devido à situação, o STAPP convocou uma greve nacional de 48 horas, para 21 e 22 de março. Eles exigem que os abusos que estão sofrendo cessem.
No entanto, o sindicato disse que, após essa chamada, “a demissão está sendo ameaçada para aqueles que acatam a paralisia”.