Perdão para Alberto Fujimori: Nações Unidas se manifestam contra a controversa decisão do TC

A ONU lembrou que o direito internacional não permite a concessão de indultos em casos de violação de direitos humanos.

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Por meio de sua conta no Twitter, o Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas (Direitos Humanos da ONU) decidiu sobre a recente decisão do Constitucional Tribunal peruano. Ele restabeleceu o perdão ao ex-presidente Alberto Fujimori. Dessa forma, a ONU expressou sua rejeição à decisão e observou que ela viola os direitos das vítimas dos crimes de Fujimori.

A mensagem inicial da ONU foi escrita em inglês, mas foi traduzida pela conta oficial das Nações Unidas no Perú. Este diz:

Recorde-se que, em 17 de março, o TC votou a favor do habeas corpus, que buscava rescindir a decisão do Supremo Tribunal Federal, que anulou o indulto dado a Alberto Fujimori em 2017. Esse fato causou indignação nos níveis nacional e internacional, uma vez que o ex-presidente foi condenado por crimes contra a humanidade.

Indulto a Alberto Fujimori

Em 18 de março, membros da organização não-governamental de direitos humanos Human Rights Watch criticaram a decisão, considerando que a graça presidencial dada ao ex-presidente poderia ser parte de uma fraude.

Não me oponho aos perdões humanitários para os doentes graves, incluindo aqueles condenados por crimes contra a humanidade. Mas o benefício não pode ser baseado em fraude. A Corte Interamericana de Direitos Humanos deve intervir novamente e verificar se a liberação é justificada e se sua decisão foi respeitada”, disse José Miguel Vivanco, diretor das Américas da Human Rights Watch.

Nesse mesmo dia, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) expressou preocupação com essa decisão, por meio de uma declaração em sua conta no Twitter. A CIDH observou que esta decisão impedia o cumprimento das obrigações da Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte Interamericana de Direitos Humanos).

“A CIDH manifesta profunda preocupação com a decisão do Tribunal Constitucional ordenando a libertação de Alberto Fujimori. Isso afeta o direito das vítimas à justiça e dificulta o cumprimento das obrigações internacionais da Corte Interamericana nos casos Cantuta e Barrios Altos, disse em um tuíte.

A organização internacional também compartilhou uma imagem que dizia:

Os crimes contra a humanidade tornam-se uma preocupação da comunidade internacional, constituindo uma grave ofensa à dignidade humana e uma negação flagrante dos princípios fundamentais consagrados na Convenção Americana de Direitos Humanos, para que não fiquem impunes.

Da mesma forma, a Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte Interamericana de Direitos Humanos) notificou o Perú de que tem um prazo para apresentar suas observações sobre a decisão do Tribunal Constitucional (TC) a favor da libertação do ex-presidente Alberto Fujimori.

Nesse sentido, o Estado peruano tem, no máximo, até 25 de março, para informar “as medidas provisórias e informar imediatamente o Tribunal Constitucional”.

“Isso ocorre no contexto dos casos Barrios Altos e La Cantuta, depois que as famílias e representantes das vítimas apresentaram medidas provisórias diante da possível libertação do ex-presidente nos próximos dias, condenado por graves violações de direitos humanos”, o restante da mensagem lê.

Isso significa que a CIDH admite que o pedido das vítimas de Barrios Altos e La Cantuta seja processado e exige que o Estado peruano cumpra os relatórios sobre a decisão do TC que concedeu liberdade aos condenados Fujimori Fujimori.

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