Para a Suíça, a guerra na Ucrânia é impulsionada por uma “loucura devastadora”, de modo que o país historicamente neutro está “disposto a arcar” com o preço da defesa da liberdade e da democracia, disse o presidente da Confederação Suíça, Ignazio Cassis, no sábado.
“24 de fevereiro mudou a face do mundo, e não da melhor maneira”, disse Cassis em uma coluna publicada pelo jornal Le Temps. “Devemos defender corajosamente e incansavelmente a liberdade e a democracia. Isso tem um preço. Um preço que a Suíça está disposta a arcar”.
“Esta guerra é impulsionada por uma loucura devastadora que destrói todos os princípios e valores da nossa civilização”, continua, argumentando que “neutralidade não significa indiferença”, aludindo à posição habitual do seu país.
“A Rússia violou massivamente a proibição do uso da força, um princípio ancorado no direito internacional. Se permanecesse inativa, a Suíça teria jogado o jogo do agressor”, enfatiza ela.
“Enquanto o confronto entre democracia e barbárie atinge novos patamares”, a Suíça “não pode tolerar esta guerra sem reagir”, acrescenta.
É por isso que a Suíça adotou as sanções da União Europeia em sua totalidade “em estrita conformidade com a lei da neutralidade”, o que significa que “não apoia militarmente nenhum beligerante, seja descartando tropas ou enviando armas”.
“Mesmo que, por enquanto, não seja uma recessão econômica ou mesmo uma crise econômica”, o conflito terá consequências econômicas para o país, enfatiza o presidente suíço.
Cassis cita a inflação, o aumento dos preços da energia e o status de porto seguro do franco suíço que penalizará as exportações. Também será necessário “abordar o afluxo de refugiados e garantir a estabilidade financeira”.
“Não há solução que, com uma onda de varinha mágica, preserve a Suíça das consequências decorrentes da situação atual”, insiste o presidente da Confederação.
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