Jogos móveis: 70% dos latino-americanos jogam mais do que nunca em dispositivos móveis

O crescimento observado durante a pandemia não foi um fenômeno isolado, mas marcou uma nova tendência.

A man uses a mobile device.

Graças ao crescimento exponencial que ocorreu durante a pandemia, no último ano os jogos móveis excederam em muito a receita e a atividade registradas em seus consoles e PCs. Um relatório recente preparado pela Cisneros Interactive em conjunto com a Justmob revelou que a tendência não é nada estranha à América Latina, mas que também pode ser visto um enorme crescimento que está levando a um novo normal para os jogadores da região.

Apesar de a pandemia e o isolamento terem sido os principais motivos por trás do crescimento dos celulares como plataforma de videogame, o relaxamento das medidas de atendimento na América Latina deixou claro que o fenômeno continua evoluindo apesar de fatores externos. O relatório focou na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Perú para analisar essa tendência e os novos hábitos de consumo dos jogadores latinos.

Mais da metade dos entrevistados, homens e mulheres com mais de 18 anos, afirmavam jogar em seus smartphones diariamente. Embora na maioria dos países pesquisados seja cerca de 50% preciso, na Argentina e na Colômbia houve porcentagens um pouco mais altas. Desses usuários, quase 75% têm pelo menos três sessões de jogo por dia. Em termos de tempo, metade dos entrevistados relatou passar mais de 40 minutos por dia com diferentes videogames para celular. O México é a única exceção, onde a proporção chega a 60%.

League of Legends: Wild Rift promete conteúdo exclusivo nunca antes visto no título para PC deste ano

“Durante o isolamento, esse hobby aumentou e 70% dos argentinos passaram mais tempo jogando durante esse período, especialmente aqueles com mais de 35 anos”, disse Gonzalo Borras, Diretor Geral de Áudio e Celular da Cisneros Interactive, acrescentando: “O que é ainda mais interessante é que essa tendência não parece mudar, já que 3 fora de 5 jogadores pretendem continuar jogando com a mesma intensidade após a pandemia.” Embora existam pequenas diferenças, os números registrados nos demais países pesquisados permanecem em ordem semelhante.

Obviamente, os smartphones são a plataforma preferida para aproveitar essas experiências, embora alguns usuários também alternem com tablets, especialmente quando se trata de brincar com crianças.

O Apex Legends Mobile já está disponível em alguns países da região e anunciou seus planos de expansão no resto do mundo.

O crescimento dos jogos para celular não só pode ser visto através da atividade de seus usuários, mas também é uma tendência entre os desenvolvedores de videogames. O universo de League of Legends se expandiu com seu título móvel, Wild Rift, que durante 2021 realizou seu primeiro calendário competitivo que culminou na primeira copa do mundo.

Na semana passada, a Respawn Entertainment lançou junto com a Lightspeed & Quantum Studios a primeira versão do Apex Legends Mobile. O popular Battle Royale para PC finalmente chegou à arena móvel e o fez nos países da América Latina, Sudeste Asiático, Austrália e Nova Zelândia. Esses mercados não se caracterizam por terem os smartphones mais avançados, mas são fortes em uma ampla variedade de títulos de esportes eletrônicos móveis, graças ao fato de ser a maneira mais acessível de chegar aos videogames.

Embora Call of Duty Mobile seja um dos expoentes mais populares na arena móvel, os gerentes de franquia também planejam levar Warzone para telefones celulares para expandir seu público como nunca antes.

Call of Duty Mobile anunciou seu novo campeonato mundial nesta semana (Foto: Twitter)

O que para essas empresas representa uma oportunidade de negócios nova e muito interessante, para os usuários isso se traduz em uma enorme variedade de experiências, ou seja, jogos para todos os gostos. A pandemia gerou um crescimento sem precedentes na atividade móvel porque os jogadores estão procurando principalmente uma fuga da realidade ou uma maneira de relaxar no contexto atual.

“O entretenimento é a principal razão pela qual homens e mulheres escolhem jogos para celular, mas também diversão e relaxamento são outras razões pelas quais eles escolhem jogar”, explicou Borras. Outros motivos citados pelos entrevistados incluem aliviar o estresse, melhorar os reflexos, a concentração e a atenção. Mais de 70% também encontram nos videogames uma forma de socializar, seja com conhecidos ou com outros jogadores.

Os anúncios no jogo, especialmente em experiências gratuitas, passaram a fazer parte do hábito de jogar, revelou o relatório. Muitos títulos convidam os jogadores a assistir a anúncios curtos para obter mais vidas ou melhores recompensas, e mais de 80% dos entrevistados optam por fazer isso para estender ou melhorar sua experiência de jogo. Além disso, 75% veem os anúncios como algo positivo, pois, ocasionalmente, permitem que eles conheçam outros títulos ou serviços em sintonia com o que estão reproduzindo.

Rocket League é outra franquia popular que chegou à arena móvel para expandir seu público (Foto: Psyonix)

Gonzalo Borras também revelou: “Não só os jogadores jogam, eles também fazem compras no aplicativo enquanto fazem isso: 57% gastam dinheiro para conseguir novas vidas para o jogo ou conteúdo extra”. Embora os dados não sejam tão surpreendentes porque estão em sintonia com o resto do mundo, deixam claro que o a indústria já está em uma nova normalidade. Enquanto uma parte do público vê a atividade móvel como um nicho, a realidade mostra que é o melhor terreno para desenvolvedores e marcas apostarem com suas propriedades novas e não tão novas.

O público de jogadores é o maior público digital depois das mídias sociais, o que garante que a atividade continue crescendo graças aos inúmeros títulos a caminho. A acessibilidade oferecida por um dispositivo móvel, ao contrário dos consoles que não possuem estoque ou PCs que competem em preço com um carro, é uma ferramenta que as empresas vêm buscando há muito tempo. No entanto, a peça necessária era o conforto dos próprios jogadores, que há 10 anos viam os jogos para celular apenas como sinônimo de Candy Crush, mas hoje eles desfrutam de suas franquias favoritas diariamente.

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