Jacobs pega ouro mundial de Coleman nos 60 metros dentro de casa

O atleta italiano Marcell Jacobs, campeão olímpico dos 100 metros, foi proclamado campeão mundial em pista coberta nos 60 metros, batendo o defensor do título, o americano Christian Coleman em Belgrado no sábado.

Coleman (6,41), que retorna à competição nesta temporada após 18 meses de suspensão devido a falhas no cumprimento de suas obrigações de localização para controles antidoping, foi ultrapassado no 'acabamento fotográfico' por Jacobs (6,41). O americano Marvin Bracy terminou em terceiro lugar na final (6,44).

Jacobs foi campeão europeu em pista coberta no ano passado em Torun (Polônia), quatro meses antes de sua surpreendente atuação nas Olimpíadas de Tóquio, onde pendurou os ouros de surpresa em 100 metros e no revezamento 4x100 metros.

Para Coleman, essa derrota é dolorosa. O americano foi campeão mundial de indoor em 2018 e ao ar livre em 2019.

Com seu título em Belgrado-2022, Jacobs se confirma como a atual estrela da velocidade e como o homem a ser batido no principal evento de atletismo em 2022, a Copa do Mundo de Eugene (14-25 de julho).

“Adoro esses momentos, quando ganho”, comemorou o velocista italiano.

“Eles eram realmente grandes rivais e Coleman é o recordista mundial, mas eu confio em mim e no meu potencial. Eu me senti em forma e senti que poderia ser a hora”, acrescentou.

- Da guerra ao título -

Além desse final estelar do dia, o momento emocional do dia foi estrelado pelo ucraniano Yaroslava Mahuchikh, que foi proclamado campeão mundial no salto em altura.

A jovem atleta, de 20 anos, que teve que deixar seu país em condições muito difíceis e viajar por três dias para chegar a Belgrado, conquista assim seu primeiro grande título internacional, embora já tivesse subido ao pódio nos Jogos Tóquio-2020 (3º) e na Copa do Mundo ao Ar Livre Doha-2019 (2º).

Com um salto de 2,02 m, ela ultrapassou a australiana Eleanor Patterson (2,00 m) e a cazaque Nadezhda Dubovitskaya (1,98 m), que completou o pódio.

Assim que foi campeã, Mahuchikh se cercou com uma bandeira de seu país sob os aplausos do público sérvio.

“Antes de eu entrar na pista, meu espírito estava completamente focado na Ucrânia em virtude dos terríveis eventos que estão acontecendo. Esta medalha é antes de tudo para o meu país, para o meu povo, para o meu exército. Tenho muito orgulho de poder representá-los”, disse Mahuchikh, um dos seis membros da equipe ucraniana, cujo país foi invadido pela Rússia no final de fevereiro.

- Ouro para o Brasil e a Espanha -

Entre as surpresas do dia estava o sucesso do brasileiro Darlan Romani em atirar a bala, derrotando o americano Ryan Crouser.

Romani (30 anos) alcançou o maior sucesso de sua carreira atingindo 22,53 metros, superando Crouser, recordista mundial, que ficou desta vez em 22,44 metros. O bronze foi para Tomas Walsh da Nova Zelândia (22,31 m).

Esta é a primeira derrota em dois anos para Crouser, bicampeão olímpico (Rio-2016 e Tóquio-2020), que também detém os recordes mundiais ao ar livre (23,37 m) e indoor (22,82 m).

Darlan Romani, campeão pan-americano em 2019, alcançou até agora seus principais metais em competições continentais.

Na Copa do Mundo Indoor anterior, em Birmingham-2018, Romani havia terminado em quarto lugar, posição que também ocupou na Copa do Mundo ao Ar Livre Doha-2019 e nos Jogos Olímpicos Tóquio-2020, realizados em 2021.

Nos 800 metros, o espanhol Mariano García foi proclamado campeão com um tempo de 1:46 .20, à frente do queniano Noah Kibet (1:46 .35), prata, e para o americano Bryce Hoppel (1:46 .51), bronze.

Os outros títulos mundiais decididos no sábado foram o americano Sandi Morris (salto com vara), o bahamense Shaunae Miller-Uibo (400m), o trinidadiano Jereem Richards (400m), o etíope Gudaf Tsegay (1.500m), a francesa Cyrena Samba-Mayela (60m com barreiras) e o canadense Damian Warner (heptatlo).

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