Sanções severas serão impostas àqueles que pretendem “se esgueirar” para assentos de paz

Uma das medidas que estão sendo contempladas seria decretar a 'cadeira vazia'

El consejero presidencial para la Estabilización y la Consolidación Emilio José Archila habla el 13 de octubre de 2021 en el Palacio de San Carlos en Bogotá (Colombia). EFE/ Carlos Ortega

Após as eleições legislativas de 13 de março, que já foram oficialmente examinadas pelo Gabinete do Secretário, Emilio Archila, Conselheiro Presidencial para Estabilização e Consolidação, anunciou que sanções drásticas serão impostas àqueles que pretendem entrar furtivamente em assentos de paz.

A União Europeia acompanha o processo há muito tempo e felizmente temos os tribunais de paz, que são uma garantia adicional de que, se ocorrerem irregularidades, elas podem ser tratadas rapidamente”, disse Archila.

Assim, o governante Duque advertiu que as autoridades defenderão o direito das vítimas de ocupar um lugar representativo no Congresso da República, e disse que os autores não podem ocupar assentos de paz.

Nós previmos a sanção mais severa que existe em matéria eleitoral, que é a perda da cadeira, se por algum motivo houve irregularidades no financiamento ou registro de como o processo foi avançado, não só essa pessoa será retirada, mas quem a apresentou não terá a opção de substituindo-o”, acrescentou.

Mais de 50 vítimas vão apresentar as queixas relevantes ao Congresso e ao Conselho Nacional Eleitoral para que Jorge Rodrigo Tovar, filho do paramilitar 'Jorge 40', não chegue à legislatura.

“O assento não é para os filhos dos agressores.”

Assim, eles exigirão a credencial obtida pelo agora eleito representante da Câmara para o Distrito Especial de Paz Transitório (Citrep) número 12, depois de ter obtido 14.900 votos, o que fez dele o congressista que representará as vítimas da Sierra Nevada de Santa Marta e da Serranía del Perijá no Congresso da República.

Este fato tem sido duramente questionado pela opinião pública e pelas associações de vítimas que afirmam não se sentir identificados pelo filho de um dos criminosos mais sangrentos da história da Colômbia e por isso anunciaram que irão perante as autoridades revogar a eleição de Jorge Tovar.

Já estamos nos preparando para que agora que o Congresso da República inicie suas sessões, tenhamos um debate no Senado, onde os candidatos que assinaram as cartas de demissão manifestarão ao país sua discordância com a credencial conquistada pelo filho de um autor altamente temido em esta região”, disse Dayro Bayona, porta-voz das vítimas, em diálogo com o Noticias Caracol.

Da mesma forma, outro grupo de 53 vítimas anunciou que enviará uma petição ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) na qual não apenas rejeitam a eleição de Tovar como parlamentar naquele círculo eleitoral, mas também denunciam supostas irregularidades que ele teria incorrido para conquistar seu assento.

Isso foi confirmado por Eduar Álvarez, um dos candidatos para aquele local de paz, que agora está nas mãos do filho do ex-chefe paramilitar. “Vamos processá-lo por comprar votos, por se preocupar com votos. Pessoas da área da banana foram levadas a votar. Pessoas de outros municípios foram levadas a votar. Os votos foram rastreados”, disse o ex-candidato em depoimentos compilados pelo jornal El Nuevo Siglo. Por sua vez, Álvarez, que revelou a suposta estratégia de Tovar para chegar ao Congresso colombiano.

Houve coalizões explícitas entre 'Yoyo' Tovar e candidatos à Câmara e isso foi proibido. Foi proibido comprar votos. Uma comunidade que estava me apoiando no final me disse que eu não podia porque 'Yoyo' Tovar estava fazendo o caminho para eles”, explicou.

Deve ser esclarecido que este grupo de vítimas, ao contrário dos primeiros queixosos revelados na reportagem, diz que não vai exigir a eleição de Yoyo Tovar por ser filho de Jorge 40, mas por causa de sua possível fraude eleitoral. “Ele tem que ser interrogado por causa do que fez na campanha. Essas denúncias devem chegar ao Conselho Nacional Eleitoral. Vamos apresentar a eles pelo menos 53 vítimas”, acrescentou Eduar Álvarez.

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