Ronco, obesidade e muito mais: quais são as consequências do sono ruim

Em 18 de março, é comemorado o Dia Mundial do Sono, o slogan deste ano é: “Bom sono dá boa saúde mental e, portanto, um mundo melhor, um mundo mais feliz”

De acordo com o Dr. Reyes Haro, especialista em sono e ex-diretor da Clínica de Distúrbios do Sono da Universidade Nacional Autônoma do México: “ 1 em cada 3 mexicanos temos um distúrbio do sono, sendo o mais comum a insônia e a sonolência causadas principalmente pelo ronco”.

Mas esses distúrbios também estão diretamente ligados ao sobrepeso e à obesidade, que é um problema de saúde pública, já que o México ocupa o segundo lugar mais obeso do mundo, logo após os Estados Unidos.

Segundo o especialista, existem duas condições que podem levar ao excesso de peso: uma fisiológica e metabólica e outra comportamental. Dos quatro estágios que temos no sono, o terceiro é responsável pela restauração do corpo; dura cerca de 20% da noite e há hormônios, neurotransmissores, novas células, recuperação de tecidos e músculos, e alguns hormônios que regulam a ingestão de alimentos e a saciedade são produzidos chamados leptina e grelina.

O ciclo do sono consiste em 4 estágios, todos igualmente importantes. (Foto: Pexels).

Se você dorme mal ou dorme menos tempo do que o corpo exige, esse processo é afetado. Portanto, as pessoas que têm dificuldades nesta fase não produzem hormônios de saciedade suficientes e é por isso que comem demais sem perceber, o que faz com que ganhem peso; essa é a relação entre dormir mal e excesso de peso. Ao mesmo tempo, quando não dorme bem, você tem sonolência durante o dia e para combatê-la as pessoas tomam estimulantes: café, refrigerantes, chocolates, fazem de tudo para ficar alertas e comem alimentos ricos em calorias para lhes dar energia.

Em suas palavras: “Acontece com todos nós que trabalhamos à noite, aqueles que se revelam muito são pessoas que ganham peso facilmente. Como um dos países com maior taxa de sobrepeso e obesidade e, consequentemente, esses fatores são os principais fatores para o desenvolvimento do ronco e da apneia do sono, somos um país com altas taxas de ronco”, disse.

Quem dorme mal e deixa de sonhar ou sonha pouco, começa com problemas cognitivos. (Foto: Freepik).

O médico enfatizou a importância de um bom sono, porque é essencial que o corpo realize todas as funções restauradoras, do ponto de vista físico e mental; fortalece o sistema imunológico, o cérebro é restaurado e com ele funções cognitivas, um bom sono lhe dá um desempenho proporcional às suas habilidades durante o dia, permite que você se sinta bem e faça as coisas da melhor maneira possível.

Por outro lado, não só as pessoas podem ganhar peso, mas também começam a ficar doentes. Problemas físicos como aumento da pressão arterial, colesterol, triglicerídeos, glicose, mas também dor: tensão muscular, dor de cabeça, costas, dor no pescoço, são consequências disso. Pessoas que dormem mal ou com menos frequência adoecem do trato respiratório ou têm problemas digestivos, além do fato de que na última etapa, onde tudo o que tem a ver com o cérebro é restaurado, causa problemas cognitivos como desatenção, falta de execução, tudo desacelera e é mais propenso a procrastinar.

Ele mencionou que hoje em dia, graças às campanhas de divulgação, as pessoas estão prestando mais atenção, mas sabe-se que mais atenção está sendo atendida pela pandemia: lockdown, complicações, perdas, medo do que possa acontecer aumento dos distúrbios do sono, colocando a urgência da atenção.

As pessoas acham que podem se acostumar a dormir pouco, mas isso causa distúrbios do sono. (Foto: Pexels).

Ele ressaltou que atualmente a primeira coisa que se tenta melhorar o sono são remédios caseiros, depois vão ao farmacêutico e tomam medicamentos como anti-histamínicos, ou feitos de valeriana, dizem sem conhecer a melatonina, “hoje está na moda que experimentem um copo de álcool ou CBD ( planta de cannabis), quando nada disso funciona mais eles vão ao médico”, explicou.

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