O primeiro-ministro polaco anunciou na sexta-feira uma série de medidas denominadas “escudo anti-Putin”, destinadas, segundo ele, a “derussificar a economia polaca e europeia”, frear a inflação, proteger o emprego e resistir à “chantagem do gás” de Moscovo.
“Vamos trabalhar para desrussificar a economia polonesa e europeia, porque a Polônia está hoje na vanguarda de todos os países que buscam inspirar outros a sair da dependência do gás, petróleo e carvão russos”, disse Mateusz Morawiecki durante uma conferência de imprensa.
O objetivo do “escudo anti-Putin” é resistir “ao impacto da chantagem de gás de Putin” e acima de tudo “evitar o aumento dos preços dos alimentos”, disse.
O Estado investirá três bilhões de zlótis (US $704 milhões) na empresa estatal Gaz System, que constrói e opera os gasodutos e o terminal de gás no porto de Swinoujscie, anunciou Morawiecki.
A Gaz System está construindo, em particular, o gasoduto Baltic Pipe, que deve levar o gás norueguês para a Polônia até o final do ano e reduzir a dependência do país do gás russo.
Para conter o já forte aumento dos preços dos alimentos, o Estado pagará aos agricultores, afetados pelo aumento dos preços dos fertilizantes, uma alocação de 500 zlotys (pouco mais de cem dólares) por hectare de terra arável e metade desse valor por hectare de pastagem.
Esta ajuda será limitada a 50 hectares por exploração.
Entre os outros setores da economia afetados pelas consequências da guerra na Ucrânia e pelas sanções ocidentais contra a Rússia, Morawiecki citou o transporte rodoviário, onde a Polônia está muito presente na Europa.
Questionado sobre a compra de carvão russo e um potencial embargo, ele disse “esperar decisões corajosas da Comissão Europeia”, observando que a Polônia procurou fornecer na África do Sul, Austrália, Colômbia e Estados Unidos “onde não somos chantageados”.
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