Perdão de Alberto Fujimori: Ex-presidente pode voltar à prisão em três meses

O advogado das vítimas dos casos Barrios Altos e La Cantuta indicou que elas já foram à Corte Interamericana de Direitos Humanos para reverter a decisão.

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Depois que se soube que o Tribunal Constitucional (TC) declarou habeas corpus fundado em favor de Alberto Fujimori e restaurou o efeitos do perdão humanitário concedido pelo ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski em dezembro de 2017, Carlos Rivera, advogado das vítimas dos casos Barrios Altos e La Cantuta, anunciou que uma vez novamente ir à Corte Interamericana de Direitos Humanos (IDH) para buscar justiça e que a pessoa condenada por crimes de homicídio qualificado, desaparecimento forçado, sequestro agravado, corrupção, etc., deve ser devolvida à prisão.

No entanto, ele explicou que há duas maneiras de reverter ou anular a decisão do TC: o Executivo anular o perdão que o mesmo poder do Estado deu em 2017 ou ir à Corte Interamericana para reverter a decisão do TC

CANCELAMENTO DO PERDÃO PELO EXECUTIVO

A primeira maneira seria o presidente Pedro Castillo anular a decisão que o Executivo tomou em dezembro de 2017 e que deu perdão a Alberto Fujimori.

Isso poderia ser feito pela classificação das leis. Assim como o Congresso pode revogar uma lei que ele mesmo emitiu, se a resolução suprema for emitida pelo Presidente da República, de forma admirável, também pode (anulá-la), não necessariamente o mesmo presidente que a emitiu”, explicou Carlo Rivera no Canal N

No entanto, ele indicou que tal decisão poderia ser questionada ou qualificada como “interferência política”, uma vez que ocorreria precisamente após o TC decidir a favor da restabelecimento do perdão de Fujimori.

VIA LA CORTE I/A

A segunda maneira, que Rivera anunciou que eles já ativaram, é ir à Corte Interamericana. A decisão poderia levar menos tempo do que a emitida em maio de 2018, quando ordenou que o Estado peruano revisasse a legalidade do perdão concedido a Fujimori, o que fez com que Fujimori voltasse à prisão.

No acórdão anterior, o Tribunal foi adiado cinco meses (...) No caso de uma matéria sobre a qual a Corte já decidiu, os prazos serão mais curtos”, disse.

O Tribunal, sem ter conhecimento dessa questão, já havia convocado uma audiência de supervisão do cumprimento no caso Barrios Altos, mas apenas para verificar algumas questões pendentes de reparações”, acrescentou, dizendo que o Tribunal poderia decidir em três meses.

5 A 6 MESES

Para César Nakazaki, advogado de Alberto Fujimori, se a Corte Interamericana decidir contra Alberto Fujimori, Alberto Fujimori voltaria à pressão e sua defesa voltaria a apresentar um recurso de Habeas Corpus ao Tribunal Constitucional para buscar sua libertação. “Ainda estaríamos em um relógio eterno”, disse ele ao Canal N.

Além disso, ele destacou que a decisão da Corte Interamericana poderia levar entre 6 e 5 meses em que Fujimori poderia retornar à prisão para cumprir sua pena terminada em 2032.

MEMBRO TC OPINA

Por outro lado, a juíza do TC Espinosa Saldaña considerou que a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) poderia reverter a decisão que declarou habeas corpus fundado e que libertará Alberto Fujimori

Quando o perdão do governo de Kuczynski, em 2017, foi levantado, com o apoio, como vimos mais tarde, de alguns ministros, o caso passou a ser analisado pela Corte Interamericana, que ordenou uma nova decisão ao Supremo Tribunal Federal que foi proferida e que a CIDH vem acompanhando”, ele disse ao Canal N.

Além disso, ele disse que, de 16 de março a 8 de abril, a Corte Interamericana está em sessão e que uma das questões em sua agenda é a audiência para supervisionar o cumprimento do caso Barrios Altos, pelo qual Alberto Fujimori foi condenado. Ele indicou que o advogado das vítimas de Fujimori (Carlos Rivera) poderia solicitar uma medida cautelar para Fujimori retornar à prisão.

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