O chanceler César Landa, por meio de sua conta no Twitter, se pronunciou contra a decisão do Tribunal Constitucional TC, que permite o libertação do ex-presidente Alberto Fujimori quando ratificou o perdão humanitário que lhe foi concedido em dezembro de 2017 pelo ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski.
Nesse sentido, Landa afirmou que a decisão do TC sobre “o caso Fujimori não é válida, pois vai contra as decisões da Corte Interamericana de Direitos Humanos no caso Barrios Altos e La Cantuta”.
Acrescentou ainda que seria apropriado ser revertido pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, que já se pronunciou sobre essa questão em 2018. Naquela ocasião, a organização internacional lembrou a obrigação internacional do Estado peruano de punir os responsáveis por tais casos e que as vítimas encontrem justiça.
A decisão do Tribunal pode ocorrer em três meses, segundo Carlos Rivera, advogado das vítimas dos casos Barrios Altos e La Cantuta , que anunciaram que compareceriam, mais uma vez, ao IDH para buscar justiça e que a pessoa condenada por crimes de homicídio qualificado, desaparecimento forçado, sequestro agravado, corrupção, entre outros, voltaria à prisão.
“No acórdão anterior, o Tribunal foi adiado cinco meses (...) No caso de uma matéria sobre a qual a Corte já decidiu, os prazos serão mais curtos”, disse. “O Tribunal, sem ter conhecimento dessa questão, já havia convocado uma audiência de supervisão do cumprimento no caso Barrios Altos, mas apenas para verificar algumas questões pendentes de reparações”, acrescentou.
Segundo Rivera, há outra forma de invalidar a decisão do TC e ela estaria nas mãos do Executivo. A esse respeito, o advogado explicou que o presidente Pedro Castillo pode anular a decisão que foi tomada há quase cinco anos e que ele deu Alberto Fujimori um perdão.
“Isso poderia ser feito pela classificação das leis. Assim como o Congresso pode revogar uma lei que ele mesmo emitiu, se a resolução suprema for emitida pelo Presidente da República, de forma admirável, também pode (anulá-la), não necessariamente o mesmo presidente que a emitiu”, explicou Carlo Rivera no Canal N
No entanto, ele indicou que tal decisão poderia ser questionada ou qualificada como “interferência política”, uma vez que ocorreria precisamente após o TC decidir a favor da restabelecimento do perdão de Fujimori.
Por sua vez, o chefe de Estado afirmou que a justiça internacional deve “precaução ao exercício efetivo da justiça para o povo”, referindo-se ao que aconteceu no TC em relação ao caso Fujimori.
“A crise institucional a que me referi em minha mensagem ao Congresso se reflete na última decisão do TC. Os órgãos de justiça internacional aos quais o Perú está ligado e o Estado de direito devem precautelar o exercício efetivo da justiça para o povo”, disse em mensagem no Twitter.
EXECUTIVO TOMARÁ AS AÇÕES CORRESPONDENTES
O vice-ministro da Justiça e presidente da Comissão Presidencial de Graças, Juan Carrasco, disse que o Executivo aguarda a notificação da decisão do Tribunal Constitucional.
“Do Executivo, estamos coordenando ações em conjunto com um grupo de advogados, onde está o Dr. Félix Chero, para aguardar a notificação oficial e formal do Tribunal Constitucional e, em seguida, tomar as medidas cabíveis”, disse Carrasco.
O vice-ministro indicou que uma das principais ações a serem tomadas é recorrer a órgãos internacionais apropriados, como a Corte Interamericana de Direitos Humanos, para reverter a decisão da Corte Constitucional.
“Há mecanismos constitucionais que o Perú irá quando formos notificados e veremos quais são as alegações do TC para emitir essa decisão que, para os peruanos que acreditam na justiça, é totalmente ultrajante”, ressaltou.
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