Na quinta-feira, 17 de março, o senador da Aliança Verde, Antonio Sanguino, anunciou que apresentará uma tutela para suspender o escrutínio das eleições legislativas da Colômbia, a fim de reiniciar a recontagem de votos, devido a múltiplas alegações de inconsistências no processo.
O senador, que segundo os primeiros relatos não conseguiria repetir assento no Congresso, também informou que citaria um debate sobre o controle político “tendo em vista as evidências de irregularidades nas eleições legislativas” conclamando os setores alternativo e de oposição a aderir a esta proposta, afirmando que não poderia ser repetido o que ocorreu nas eleições de 19 de abril de 1970, nas quais Misael Pastrana venceu.
“Acho que o assunto é muito mais grave, o que é mais, vamos apresentar uma tutela para suspender o escrutínio e recontagem, e vamos apresentar queixas criminais contra júris em mesas onde eu provei que votos foram roubados de mim”, disse Sanguino em declarações coletadas pela W Radio.
Essas declarações do parlamentar são adicionais às de vários partidos políticos e candidatos, especialmente dos setores alternativos”, que denunciam “fraudes eleitorais” em eleições que haviam sido questionadas, inclusive pela vice-presidente Marta Lucía Ramírez, e nas quais as comunidades da oposição ganharam acesso a vários assentos.
Por seu lado, a Missão de Observação Eleitoral (EOM) anunciou esta quinta-feira que no processo de contagem dos votos nestas eleições, que definiram a formação do novo Congresso e as candidaturas únicas de coligações políticas, foram evidentes incoerências no preenchimento dos formulários E-14.
A Missão indicou que, durante o processo de pré-contagem de votos, que está sendo realizado atualmente, foram identificadas inconsistências relacionadas à decisão de manter três formulários E-14, que representam os registros do cartório em que o número de votos obtidos é processado e que já foram questionados em comitês anteriores.
“Inconsistências que vão desde preenchimento inadequado de caixas de formulários e somas incorretas de votos expressos, captura inadequada deles no sistema de pré-contagem, até casos de manipulação e alteração dos resultados depositados no formulário por júris votantes, que inclusive o fizeram foram reconhecidas publicamente”, disse o EOM em sua declaração pós-eleitoral.
Nas eleições legislativas de 2014, o Conselho de Estado ordenou a entrega de três assentos ao partido Christian Mira, depois de evidenciar que houve irregularidades durante as eleições legislativas, nas quais existiam diferenças injustificadas entre as Atas de Contagem dos Conselhos de Administração assinadas pelo júris (formulários E14) e as Atas dos Comitês de Contagem (formulários E24).
Devido à decisão do tribunal, Gloria Stella Díaz, Manuel Virgüez e Carlos Alberto Baena assumiram seus assentos no Senado, notícia que foi celebrada pela comunidade evangélica que afirmava que “embora a Lei e a Tutela ordenassem a contagem de votos, esta instrução não foi totalmente cumprida por algumas autoridades eleitorais, o que levou ao cancelamento de milhares de votos que eram realmente válidos, ao mesmo tempo em que foi possível verificar que houve manipulação e sabotagem do software que manipulava o sistema de informação de votação”.
No entanto, este não é o único caso que foi evidenciado em uma eleição, em 2018 durante as eleições para o Congresso, o partido Colômbia Justa Libres conseguiu recuperar mais de 33.000 votos que lhe permitiram superar o limiar e obter os três assentos que haviam sido atribuídos ao conservador Partido, Lista de Decência e a Aliança Verde.
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