Concertos em Lima: Indecopi inicia processo sancionatório contra o promotor dos shows Guns n' Roses e Kiss

A empresa teria violado o Código de Defesa do Consumidor ao condicionar e negar o dinheiro de volta.

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A Indecopi, por meio da Secretaria Técnica da Comissão de Defesa do Consumidor nº 3, anunciou o início de um procedimento administrativo sancionatório contra a empresa One Entertainment, por supostamente violar o Consumidor Código de Proteção e Defesa após o cancelamento dos shows em Lima de” Guns n' Roses” e a remarcação do evento da banda “Kiss”.

No caso do show “Guns n' Roses”, o provedor teria violado a regra condicionando o reembolso do dinheiro dos ingressos, indicando que prosseguiria 45 dias após a retomada dos shows em massa no país; e, desde que os usuários tenham se comunicado até janeiro 15, 2021, que eles querem a devolução, caso contrário, eles só poderiam acessar vouchers para serem usados em outros eventos.

Enquanto isso, em relação ao reagendamento do show “Kiss”, a empresa teria violado o Código ao não disponibilizar aos usuários a opção de reembolso dos ingressos, indicando que o evento não foi cancelado e que, consequentemente, os ingressos permaneceram válidos para uma nova data.

Deve-se notar que, de acordo com o artigo 97 da norma acima mencionada, quando a entrega do produto ou a prestação do serviço não é realizada oportunamente, os consumidores têm o direito de reparar ou substituir o produto, a um novo desempenho do serviço ou ao reembolso do valor pago.

AÇÕES DE AUDITORIA

Por sua vez, a Diretoria de Auditoria da Indecopi realizou duas supervisões destinadas a verificar o cumprimento das obrigações do fornecedor, tais como:

• A realização de um novo evento ou a devolução do dinheiro pago.

• Informar as medidas tomadas para resolver a impossibilidade de realizar os eventos.

• Que os canais de atendimento habilitados são ideais para os consumidores enviarem suas dúvidas e/ou consultas.

A autoridade alertou a empresa para um possível incumprimento, no entanto, a empresa não remediou tal conduta e, portanto, recomendou que a Comissão iniciasse as medidas adequadas.

E O DINHEIRO NÃO DEVOLVIDO DOS SHOWS?

Já se passaram aproximadamente dois anos desde que vários eventos, como shows, foram cancelados devido a restrições de saúde impostas pelo governo devido à pandemia de COVID-19. Milhares de pessoas que compraram seus ingressos ficaram sem saber o que fazer e quando foram às empresas envolvidas, como a que lhes vendeu o ingresso e a outra que foi a organizadora do show, receberam respostas evasivas.

O tempo passou e até hoje os consumidores não foram reembolsados pelo dinheiro que pagaram.

Diante desse fato público e notório, a Associação Peruana de Consumidores e Usuários (Aspec) solicitou a intervenção urgente da Indecopi - que é o órgão competente para a proteção do consumidor - para atuar imediatamente em defesa dos milhares de consumidores afetados que foram abusados ao longo deste tempo. “Se ele julgar apropriado, a Aspec pode ajudar a registrar os afetados e enviar um relacionamento à Indecopi para facilitar para eles, mas algo deve ser feito e todos devemos colaborar porque as pessoas estão desesperadas”, disse Crisólogo Cáceres, presidente da Aspec.

De acordo com Aspec, medidas devem ser tomadas o mais rápido possível para que o caso não seja limitado. Isso porque o prazo para iniciar um processo perante a Indecopi é de apenas dois anos após a infração ter sido cometida ou se tornar conhecida e, dado o tempo decorrido, estaríamos dentro dos prazos.

“As pessoas feridas pagaram centenas de solas cada e não receberam nada em troca, nem mesmo um cronograma de retorno real, o que é inaceitável. O que as empresas não podem fazer é cancelar um programa e ficar com o dinheiro dos usuários. Isso é apropriação ilícita e, portanto, até o Ministério Público poderia intervir”, concluiu Cáceres.

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