Os últimos dois anos foram marcados pela digitalização nas comunicações como nunca antes. E essa realidade deixou uma marca que é percebida em diferentes ambientes, incluindo o trabalho. Aparentemente, muitos trabalhadores não estão dispostos a abrir mão dos benefícios que obtiveram com a virtualidade.
De acordo com o relatório “Labor Trends Index” da Microsoft, 52% dos funcionários consideram a transição para um modelo híbrido ou remoto em sua função atual no próximo ano. O relatório vem de um estudo externo com 31.000 pessoas em 31 países, incluindo Argentina, Brasil, Colômbia e México.
Nesse contexto em que as pessoas estão priorizando a digitalização, 54% dos tomadores de decisão dentro das empresas (diretores e gerentes) dizem que no próximo ano concentrarão seus esforços no redesenho das salas de reunião para serem mais fáceis de usar trabalho híbrido. Isso significa que eles investirão em mais tecnologia e suporte para sustentar um modelo onde a virtualidade diz presente.
Ao ler essas tendências, não se pode deixar de pensar que o metaverso começa a aparecer fortemente como um ambiente de interação onde virtual e a realidade aumentada buscará aprimorar, entre outras coisas, o trabalho remoto e híbrido. O relatório deixa claro que os funcionários não querem deixar o escritório doméstico completamente para trás.
Na verdade, 51% de todos os trabalhadores híbridos pesquisados disseram considerar uma mudança completa para o controle remoto no próximo ano. O índice chegou a atingir 58% na América Latina. Mas trabalhar remotamente ou de forma híbrida não significa sem horários.
“No geral, após dois anos, o tempo gasto em reuniões semanais para o usuário médio do Teams aumentou 252%, enquanto os chats enviados por pessoa a cada semana aumentaram 32%, e o número continua crescendo. Embora a duração do dia útil tenha aumentado 46 minutos, o trabalho fora do horário de trabalho e nos fins de semana aumentou 28% e 14%, respectivamente”, destaca o relatório.
Quando se trata de trabalhadores híbridos, o maior desafio é entender quando e por que ir ao escritório. No entanto, globalmente, apenas 28% dos líderes conseguiram concordar com sua equipe sobre esses padrões.
Metaverso no trabalho
Nesse contexto, onde os trabalhadores e alguns empregadores buscam otimizar os benefícios do trabalho remoto ou híbrido, a tecnologia desempenha um papel fundamental.
Nesse sentido, foi visto que várias empresas de tecnologia começaram a apostar em soluções que buscam otimizar a interação digital de forma que seja mais “realista”.
É o caso do Mesh, uma forma de comunicação que inclui hologramas e realidade virtual para interagir com os usuários em diferentes partes do mundo. A primeira edição desta solução metaversa foi desenvolvida para o Teams e estará disponível ainda este ano.
A plataforma permite que pessoas em diferentes locais físicos participem de experiências holográficas colaborativas e compartilhadas por meio de reuniões virtuais, bate-papos, etc.
Zuckerberg, por sua vez, já antecipou que o metaverso terá várias aplicações no local de trabalho, justamente porque o mundo migrou para um contexto cada vez mais digital. Assim, a possibilidade de mesclar o ambiente real e virtual busca otimizar a comunicação para que a distância no tempo e no espaço não seja uma barreira.
Deve ser entendido que o metaverso não se limita a apenas uma empresa ou a um tipo de produto: refere-se a todas as soluções que, integrar diferentes formas de realidade virtual, aumentada ou mista, favorece a comunicação e a interação entre pessoas em diferentes partes do mundo.
Entendido dessa maneira, e vendo como o trabalho e outros laços são moldados neste novo mundo pós-pandemia, não é irracional dizer que o metaverso veio para ficar.
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