A Corte Interamericana de Direitos Humanos notificou o Perú de que tem um prazo para apresentar suas observações sobre a decisão do Tribunal Constitucional (TC) a favor da libertação do ex-presidente Alberto Fujimori.
Nesse sentido, o Estado peruano tem, no máximo, até 25 de março, para informar “as medidas provisórias e informar imediatamente o Tribunal Constitucional”.
“Isso ocorre no contexto dos casos Barrios Altos e La Cantuta, depois que as famílias e representantes das vítimas apresentaram medidas provisórias diante da possível libertação do ex-presidente nos próximos dias, condenado por graves violações de direitos humanos”, o restante da mensagem lê.
Isso significa que a CIDH admite que o pedido das vítimas de Barrios Altos e La Cantuta seja processado e exige que o Estado peruano cumpra os relatórios sobre a decisão do TC que concedeu liberdade aos condenados Fujimori Fujimori.
Nesse sentido, a ex-ministra da Cultura, Gisela Ortiz, explicou que, após o prazo, a Interamericana O Tribunal de Direitos Humanos responderá se aceder ao pedido de audiência para observar a ratificação do indulto do ex-presidente.
“Uma vez realizada a audiência, que pode ser virtual ou presencial na Costa Rica, o Tribunal leva tempo para emitir uma decisão. Sabemos que essas decisões não vão diretamente para o Tribunal Constitucional, mas para o Estado peruano como um todo, que é a quem eles dão recomendações sobre como deve agir para garantir o direito. Isso geralmente pode levar 15 dias ou um mês a mais”, disse o outro representante dos parentes no caso La Cantuta.
“Entretanto, temos de continuar a mobilizar para que os membros do Tribunal Constitucional, que agiram ilegalmente, percebam que há também aqui um cidadão vigilante que está atento às suas decisões e rejeita tais atitudes negociadas com o fujimorismo”, continuou.
Por sua vez, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), em comunicado em sua conta no Twitter, observou que a decisão do TC dificultou o cumprimento das obrigações da Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte Interamericana de Direitos Humanos).
“A CIDH manifesta profunda preocupação com a decisão do Tribunal Constitucional ordenando a libertação de Alberto Fujimori. Isso afeta o direito das vítimas à justiça e dificulta o cumprimento das obrigações internacionais da Corte Interamericana nos casos Cantuta e Barrios Altos”, disse em um tuíte.
Ele também indicou que “os crimes contra a humanidade se tornam uma preocupação da comunidade internacional, constituindo uma ofensa gravíssima à dignidade humana e uma negação flagrante dos princípios fundamentais consagrados na Convenção Americana sobre Direitos Humanos, para que não fiquem impunes”.
Deve-se notar que Fujimori Fujimori deixará a prisão de Barbadillo nos próximos dias para ser totalmente gratuito, graças à reintegração do perdão concedido em 24 de dezembro de 2017 pelo então presidente Pedro Pablo Kuczynski por razões humanitárias.
“Existem procedimentos administrativos que devem ser seguidos. Estimo que terça ou quarta-feira da semana seguinte ele será liberado. Estamos aguardando a notificação em conformidade, mas alguma coordenação está sendo feita em questões administrativas”, disse a defesa do ex-chefe de Estado, advogado Elio Riera.
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