Ficci, como é sabido, tornou-se todos os anos uma janela para muitas produções colombianas se darem a conhecer. Todas as regiões do país convergem em um único palco e cada uma delas mostra o melhor de seu cinema, demonstrando que existem formatos que valem a pena ver além do cinema comercial.
Medellín não é exceção e nesta 61ª edição, o Festival Internacional de Cinema de Cartagena se junta ao Festival Miradas Medellín e, graças a essa aliança, seis filmes da capital de Antioquia serão exibidos no evento para serem vistos por milhares de espectadores e que, aliás, ambos cineastas e críticos serão exibidos diz que o cinema local é bem feito na cidade.
É sabido que o cinema antioquiano tem entre suas principais referências Víctor Gaviria, que, através de filmes como 'Rodrigo D: No Futuro', 'Sums and Subtracts' e 'The Rose Salesman', refletiu vários problemas enfrentados não só pela população desta área do país, mas também em muitos outros partes da Colômbia: violência, segregação e uso de drogas que não são vistos no cinema comercial nacional foram os elementos centrais de grande parte de sua obra.
Agora, espera-se que, com as seis obras a serem exibidas, a indústria da capital de Antioquia evolua e dê lugar a novos talentos, assim como o documentário 'O silêncio das sementes', que chegou em nome de La Guajira.
A Sala Audiovisual Primavera será o ponto de encontro desses filmes, bem como várias oficinas de discussão entre especialistas em audiovisual, e de acordo com Álvaro Narváez Díaz, Secretário de Cultura Cidadã de Medellín, a evolução das produções locais é digna de ser reconhecida em um palco como Ficci.
“Fazer parte deste festival é um primeiro passo na projeção cultural que se busca e na transformação educacional e cultural”, disse Narváez, acrescentando que os festivais de cinema na América do Sul são uma plataforma indispensável para a exibição de novos talentos e formatos, e o realizado no cidade murada não é exceção, já que amostras da Colômbia e da América Latina aproveitam a oportunidade para se mostrar lá.
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'Amparo', 'A Cidade das Feras, “Se Deus fosse uma mulher', 'Uma mãe', 'Quem sou eu? ' e 'Canções que inundam o rio' serão os títulos paisas a serem exibidos durante o Festival, que, aliás, estreou na quarta-feira, 16, com a exibição do filme colombiano 'La Roya', do colombiano Juan Sebastián Mesa.
Os títulos colombianos que você poderá ver no fechamento do Ficci
Dois curtas-metragens vão se despedir, em grande estilo, do Festival que conseguiu reunir o melhor do cinema regional, bem como a presença de vários suportes tecnológicos para ter um melhor alcance e assim alcançar mais pessoas que por algum motivo não poderiam estar presentes na cidade murada.
O primeiro é 'Boa', do diretor Nicolás Parra Garzón. Em 13 minutos, o curta animado mostrará as consequências do conflito colombiano através de um réptil “que arrasa todas as possibilidades da vida”, começando pela Amazônia. O segundo, por outro lado, é 'Invisíveis', de Esteban García Garzón. A história também toma o conflito interno como elemento determinante e, nesse formato, o personagem 'Azen' tem a capacidade de ver, precisamente, os invisíveis, conseguindo visualizar os mortos e desaparecidos deixados pela guerra em sua região.
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