Mais de duas semanas após o massacre em San José de Gracia, Michoacán, foram identificados seis supostos autores que já possuem mandados de prisão para o crime de homicídio qualificado, informou o subsecretário de Segurança Pública, Ricardo Mejía Berdeja, na conferência da manhã desta quinta-feira, 17 de março.
De acordo com o relatório Impunidade Zero (elaborado pela Sedena, a Secretaria da Marinha, a Procuradoria Geral da República e o Centro Nacional de Inteligência), as supostas pessoas envolvidas nos eventos de 27 de fevereiro são: Abel Alcantar N, El Viejón ou El Toro; Cristian Alejandro N, O Sapo; Jesus Eduardo N, El Chili; Antonio Gallegos N, La Bolanchana,; Juan Manuel N, El Rush e Jesus Adrián N, El Mora.
Os sujeitos identificados já têm um ID de localização e pesquisa no Gabinete do Procurador-Geral do Estado (FGE) de Michoacán. Para cada um deles, uma recompensa de 100.000 pesos é oferecida por informações que ajudem a determinar seu paradeiro ou possível detenção.
“Como apontou o promotor de Michoacán, Adrián López, já existe um mandado de busca e uma recompensa com base na lei de Michoacán”, disse o secretário. E lembrou que, até o momento, como parte das investigações, foram encontrados 11 perfis genéticos de possíveis vítimas (que podem ser homicídios ou ferimentos).
A princípio, foi relatado que 17 pessoas haviam sido mortas após os atos violentos no município de Marcos Castellanos, figura que foi negada pelo próprio secretário. Isso porque, após o massacre, o local foi limpo, para que nenhum corpo pudesse ser localizado quando as autoridades de Michoacán chegassem à área.
Embora nenhum corpo de possíveis vítimas tenha sido identificado, o promotor Adrián López explicou que, com base nos restos humanos encontrados dentro de uma bolsa de valores, “é possível estabelecer legalmente a vida de mais de uma pessoa”, por isso solicitou a colaboração dos estados de Jalisco e Colima para para relatar possíveis descobertas de sepulturas clandestinas.
Até agora, quase 50 opiniões de especialistas foram realizadas em um trabalho conjunto pela Guarda Nacional (GN), o Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSPE), Secretaria de Segurança e Proteção Cidadã (SSPC), bem como o Exército Nacional. Nesses trabalhos, a análise do material audiovisual, o processamento da cena dos eventos, as trajetórias balísticas e as opiniões da genética forense foram realizadas.
Ele também informou que cerca de 200 elementos do NG, do Exército, da Polícia de Michoacán e do Ministério Público do Estado mantêm um operação de segurança nesses estados para localizar os supostos autores e outros cúmplices que ainda não foram identificados.
No domingo, 27 de fevereiro, foi realizado o velório da mãe de Alejandro García, El Pelón, que havia sido ameaçada de morte por Abel Alcantar, El Viejón, se ele pisasse em San José de Gracia. No entanto, El Pelón compareceu ao funeral acompanhado por uma dúzia de seus homens.
Da mesma forma, El Viejón chegou ao funeral com um grupo armado a bordo de 15 vans, de acordo com o subsecretário de segurança. Alguns dos assassinos de Abel desceram de veículos com equipamento tático e armas de fogo e alinharam uma dúzia de pessoas de costas para uma casa com as mãos nas costas. Momentos depois, eles filmaram. A cena foi gravada em um vídeo que percorreu o país.
No local, o Ministério Público de Michoacán encontrou cartuchos atingidos de armas de vários calibres (0,9, 7,72, 5,56 e 45 mm). Finalmente, segundo López Solis, o que aconteceu em San José de Gracia não pode ser descrito como um “tiroteio”, pois garantiu que ambas as células criminosas teriam disparado contra seus rivais. E ele explicou que, de acordo com as evidências lançadas, houve tiros cruzados.
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