O Ministério da Educação responde a alegações de suposto não cumprimento do programa de matrícula zero

Os jovens que perderam o benefício não estavam atendendo aos requisitos, então a bolsa de estudos a que tiveram acesso foi removida, detalhou o portfólio do governo

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Antes da Rádio Caracol, estudantes universitários do Santander relataram que estavam tendo problemas com os benefícios concedidos a eles com o programa “Inscrição Zero”. De acordo com o que os jovens garantiram, apesar de serem certificados com essas bolsas educacionais, as contas de cobrança começaram a chegar em suas casas pelo tempo que passaram em suas respectivas entidades. O Ministério da Educação respondeu às reclamações e garantiu que, de fato, retirou alguns alunos do benefício porque eles não estavam atendendo aos requisitos.

Jorge Luis Herrera, pai de um jovem que estuda o último semestre de Microbiologia na Universidad Industrial de Santander (UIS), disse que recebeu um recibo informando que ele deve pagar R$ 400 mil pela educação do filho. Essa mesma situação foi vivida por Eduardo Sánchez, pai de um estudante de filosofia. A jovem está em intercâmbio na Espanha e está estudando o sétimo semestre lá. Seu pai recebeu uma conta de cobrança de três milhões de pesos. Se ele não pagar esse preço, disse à emissora, sua filha não será validada pelas notas do período mais recente.

Esses dois casos não são os únicos: pelo contrário, 295 estudantes foram retirados do benefício. De acordo com a pasta do governo responsável, os cerca de 300 jovens são da Universidad Industrial de Santander. Deve-se lembrar que esse benefício foi alcançado após as manifestações cidadãs que começaram em abril de 2021. O programa promete que jovens pertencentes aos estratos 1 e 2 não paguem o semestre acadêmico nas universidades públicas do país.

Para o segundo semestre de 2021, ou seja, o imediatamente anterior, era necessário que os jovens que quisessem acessar a 'Inscrição Zero' fossem registrados entre os estratos 1,2 e 3. Da mesma forma, ele tinha que atender a requisitos como ser colombiano, não ter pós-graduação, não estar em dois ou mais programas de graduação em Instituições Públicas de Ensino Superior onde já recebia o benefício e não ser beneficiário de outro programa do Governo Nacional. Isso foi explicado pelo vice-ministro do ensino superior, José Maximiliano Gómez, para a estação.

Segundo Gómez, ao verificar o que aconteceu com os 295 alunos, foi demonstrado que foram encontradas irregularidades que forçaram a entidade a retirá-los do programa. 107 deles, por exemplo, já possuem diploma universitário, 48 deles estão cursando um programa de graduação dupla em uma universidade diferente da UIS, 114 são apoiados pelo programa Geração E e outros 26 não são colombianos. Todas essas violações são suficientes para tirar a bolsa de estudos. Gómez, em resposta às reclamações, convidou os candidatos a estarem cientes do programa que estão aplicando antes de se aproximarem.

A Universidad Industrial de Santander, por sua vez, destacou que no último semestre de 2021 contou com 20.653 alunos matriculados em cursos de graduação, 18.268 deles beneficiados com bolsas do governo. Isso, em outros números, destaca que 86% de seus alunos estudavam de graça. 2.090 estudantes, por exemplo, não puderam acessar o benefício porque moram em moradias nos estratos 4, 5 ou 6 que a gratificação não cobre.

Em setembro de 2021, o presidente colombiano Iván Duque destacou que a 'Inscrição Zero' foi a 'maior conquista educacional' alcançada para o país. “Essas medidas de apoio aos colombianos mais vulneráveis, em resposta à pandemia, foram complementadas por medidas mais abrangentes, alinhadas com os pilares que definimos desde o início do meu mandato, visando criar oportunidades iguais em nossa sociedade, sob o quadro da legalidade, e, assim, movendo para uma maior equidade”, frisou.

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