Emilio Monzó, deputado nacional do Interbloc Encuentro Federal, apresentou uma série de projetos de lei para modernizar o sistema eleitoral. Uma das iniciativas visa substituir a cédula partidária por uma única cédula de papel que concentre toda a oferta eleitoral, a fim de “dar maior transparência ao processo eletivo, reduzir os gastos do Estado e o impacto ambiental da impressão de cédulas partidárias, e garantir a equidade do forças políticas diferentes”.
“Votamos com o mesmo sistema há mais de 100 anos, temos que dar um salto qualitativo que nos permita adaptar aos tempos também no cenário eleitoral. Na próxima eleição não podemos ouvir novamente que as cédulas são roubadas ou que o Estado imprime milhares de cédulas que finalmente são jogadas fora, com o quão caro isso também é para o nosso planeta”, disse o ex-presidente da Câmara dos Deputados.
A iniciativa “é um sistema com impacto econômico favorável, tanto para o Estado como para os partidos políticos, pois reduz consideravelmente a impressão de cédulas, gerando economia de custos”, asseguraram as fundações do projeto. Recorde-se que hoje tantas cédulas são impressas quanto os partidos políticos participam das eleições. A votação única também leva a uma redução no impacto ambiental, contribuindo para o cuidado com o meio ambiente
Existe um amplo consenso entre os cidadãos de que o sistema eleitoral deve evoluir para um único sistema de votação como supervisor do sistema atual. “Essa forma de votação promove uma melhoria qualitativa do nosso sistema eleitoral, concedendo transparência e igualdade”, diz o texto do rascunho.
Para justificar a importância da aplicação de um único escrutínio, Monzó lembra que “o sistema atual prejudica os partidos políticos que estão em condições de inferioridade em relação às grandes estruturas partidárias que têm os recursos financeiros para imprimir um número desordenado de cédulas e recursos humanos suficientes para distribua-os.”
Com a cédula de papel único “o eleitor pode encontrar e identificar claramente a proposta eleitoral, pois tem os logotipos dos partidos políticos e fotos dos candidatos, todos de igual tamanho”.
Da mesma forma, sua característica mais marcante é que o Estado - e não os partidos políticos - assumirá a responsabilidade pelo design, impressão e distribuição de cédulas. Dessa forma, as cédulas estão disponíveis exclusivamente nos locais de votação, e não podem ser legalmente retiradas de lá, garantindo aos eleitores e candidatos que, ao votar, todas as opções eleitorais estarão presentes.
“Como toda a oferta eleitoral está na mesma cédula, é garantido que o eleitor tenha à sua disposição a opção de sua escolha. A transparência do processo é reforçada ainda mais porque a única pessoa que terá as cédulas em sua posse será a autoridade de cada assembleia de voto, que as entregará a cada eleitor quando for votar. Não há mais transferência de cédulas porque as únicas oficiais serão as entregues pelo presidente da mesa no próprio ato de votação, é adicionado no básico do projeto.
Atualmente, a cédula de papel único domina em todo o mundo, sendo usada na grande maioria dos países democráticos. Na América Latina, é usado principalmente, com exceção da Argentina e do Uruguai. Em nosso país, as províncias de Córdoba e Santa Fe vêm implementando desde 2011. A Câmara Nacional Eleitoral até introduziu esse modelo em 2007 para os argentinos votarem no exterior e nas prisões.
O desenho e a preparação serão realizados pela Câmara Nacional Eleitoral e devem ser aprovados pelo menos trinta (30) dias antes da data marcada para as eleições. Além disso, deve ser impresso pelo menos 15 dias antes da data do evento eleitoral em um valor igual ao número de eleitores correspondente aos cadernos eleitorais, mais 5% adicionais para reposição em caso de contingências
A votação única permitirá uma inspeção rápida, diminuindo a possibilidade de as cédulas serem vandalizadas, tornando desnecessário que os promotores e a autoridade da mesa entrem permanentemente para inspecionar a câmara escura. Também permite acelerar o processo de votação porque inclui a instalação de mais de um cubículo em cada posto de votação, permitindo que várias pessoas votem simultaneamente.
“Em cada assembleia de voto haverá o mesmo número de cédulas únicas que os elegíveis para votar, um número ao qual será adicionado o percentual adicional de 5%”, é destacado no projeto e é detalhado que, uma vez na sala escura, “o eleitor pontuará e selecionará seus candidatos em seu único cédula, dobre-a e retornará imediatamente à mesa. E a única cédula dobrada de tal forma que o significado do sufrágio não seja revelado, será depositado pelo eleitor na urna.”
O voto único terá as seguintes características:
📌 Será feito de papel de jornal ou trabalho comum de no máximo sessenta (60) gramas, impresso em cores
📌 Será dividido em faixas horizontais de dimensões iguais correspondentes a cada grupo político que tenha aprovado candidaturas e colunas para cada categoria de cargo a ser eleito, com indicação dos candidatos
📌 Você deve identificar claramente o nome do partido político ou aliança. No caso de eleições primárias, o nome da lista interna
📌 Cada coluna deve conter pelo menos a foto do primeiro candidato; a sigla, brasão, logotipo, símbolo ou emblema e o número de identificação do grupo político
📌 Para a eleição de presidente e vice-presidente, deve conter os nomes completos dos candidatos e a fotografia colorida
📌 Para a eleição dos senadores nacionais, deve conter o nome completo dos candidatos e a fotografia colorida dos titulares e o nome e sobrenomes dos suplentes
📌 No caso dos Deputados Nacionais e Parlamentares do Mercosul, a cédula deve conter uma fotografia colorida dos dois primeiros candidatos e, os nomes completos daqueles no número determinado pela Justiça Eleitoral com competência no distrito, que não pode ser inferior a oito (8), exceto para distritos quando um número for escolhido mais baixo, caso em que o número total de candidatos deve ser registado
📌 As cédulas devem ser escritas em espanhol, com tipografia idêntica para todas as categorias. Cada categoria deve ter o mesmo tamanho de fonte. Conte à direita de cada categoria e a opção “voto de lista completa” com uma caixa para marcar a opção correspondente. Se o partido político ou aliança não participar de nenhuma das categorias de cargos a serem eleitos, a entrada “Nenhum candidato presente” será incluída no espaço correspondente
📌 Tenha um espaço para a assinatura do presidente da mesa e apoiadores do Ministério Público
📌 Declarar explicitamente como dobrar a cédula para que, quando ela for colocada na urna pelo eleitor, o significado do sufrágio não seja revelado
📌 Ser agrupados em talões de cheques com números correlativos, dos quais serão destacados para serem entregues ao eleitor no momento da votação com a assinatura do presidente da mesa e procuradores partidários presentes
No que diz respeito ao projeto de eliminação da obrigatoriedade dos PASOs, Monzó também propõe que aquelas forças políticas que apresentem uma única lista de pré-candidatos possam optar por concorrer ou não naquele órgão eleitoral.
Para poder pular o PASO, os grupos devem ter obtido pelo menos 1,5% dos votos validamente expressos nas eleições gerais anteriores e solicitar à Justiça Nacional Eleitoral que proclame essa lista de candidatos às eleições gerais.
“O curso dos acontecimentos mostrou que os principais fundamentos pelos quais os PASOs foram implementados foram distorcidos. Na prática, o caráter compulsório das primárias, mesmo no caso das listas únicas, as torna uma sondagem cara, transformando assim o sistema eleitoral em um sistema imperfeito de três turnos que prolonga os tempos, acrescentando grande incerteza política às substituições presidenciais”, argumentou Monzó.
Por sua vez, o deputado apontou para a necessidade de “dar aos eleitores a possibilidade de decidirem se querem ou não participar das primárias, especialmente quando muitos espaços não têm competição interna”.
O mesmo projeto estipula mudanças na conformação das fórmulas presidenciais: no PASO, os pré-candidatos a presidente não terão companheiros de chapa e apenas aqueles que chegarem às eleições gerais terão 48 horas após as primárias para eleger seu candidato a vice-presidente. .
Eles terão “a possibilidade de escolher como companheiro de chapa um dos pré-candidatos que participaram do concurso dentro da mesma coalizão política”, diz o projeto.
Ambos os projetos são assinados por Margarita Stolbizer, Sebastián García de Luca e Domingo Amaya, que compartilham com Monzó o interbloco Federal Encuentro.
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