A junta governante do Mali ordenou quinta-feira a suspensão das transmissões da Radio France International (RFI) e da France 24, depois que espalharam relatos de que o exército maliano está envolvido em abusos contra civis.
Em um comunicado divulgado quinta-feira, o porta-voz do governo Coronel Abdoulaye Maiga disse que a junta “rejeita categoricamente essas falsas acusações contra o valente FAMA (Forças Armadas do Mali)”.
Ele acrescentou que o conselho “iniciou um processo para suspender até novo aviso a divulgação da RFI e da France 24".
A União Europeia (UE) lamentou a medida, que descreveu como um “ataque à liberdade de informação”.
“Esta decisão é inaceitável”, disse Nabila Massrali, porta-voz do serviço diplomático da UE em comunicado, no qual disse que as alegações levantadas são “infundadas”.
No entanto, o sinal transmitido por ambos os meios de comunicação continuou a ser recebido no Mali nesta manhã de quinta-feira, observou a AFP.
A France Médias Monde, empresa-mãe da RFI e da France 24, indicou que “nota e lamenta este anúncio”.
A suspensão de dois grandes meios de comunicação estrangeiros é sem precedentes nos últimos anos no Mali, um país que está atolado em uma grave crise política e de segurança desde 2012.
A RFI e a France 24, que cobrem de perto as notícias africanas, são amplamente seguidas no Mali e em outros países de língua francesa na África.
O governo do Mali referiu-se a um relatório divulgado a 14 e 15 de março pela RFI, que deu a palavra às vítimas de abusos alegadamente cometidos pelo exército e pelo grupo russo de segurança privada Wagner.
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