JEP assumirá o processo do ex-chefe de segurança de Uribe Mauricio Santoyo

O Ministério Público encaminhou o caso do general aposentado depois que a Jurisdição Especial para a Paz aceitou o pedido de apresentação de Santoyo ao tribunal.

A Procuradoria-Geral da República anunciou quinta-feira que encaminhará o processo contra o general Mauricio Alfonso Santoyo Velasco para a Jurisdição Especial para a Paz (JEP). O arguido é conhecido por ter sido o chefe de segurança do ex-presidente Álvaro Uribe Vélez durante 2002 e 2005 e é acusado dos crimes de enriquecimento ilícito de servidores públicos e lavagem de dinheiro.

O órgão de investigação explicou que as provas e provas obtidas contra o ex-oficial também serão transferidas para o JEP. A entidade terá que assumir “os processos judiciais que são da sua competência”, disse o Ministério Público em um comunicado à imprensa.

O encaminhamento do caso ocorre depois que, em 7 de setembro de 2021, a Jurisdição aceitou o pedido de submissão da Santoyo ao Sistema Transitório. De fato, o JEP publicou na época a resolução em que o General (r) afirma ter fornecido informações às Forças Unidas de Autodefesa da Colômbia (AUC) enquanto era membro ativo da Polícia Nacional e direto da Gaula de Medellín entre 1999 e 2009.

“De acordo com o exposto, note-se então que o Sr. Santoyo Velasco participou ativamente da aliança que existia entre a AUC e membros das forças de segurança”, diz o documento publicado pelo JEP. No âmbito disso, ele forneceu informações a esse grupo armado ilegal recebendo como contrapartida uma quantia em dinheiro.”

O Ministério Público salienta que, durante esse tempo, Santoyo constituiu uma propriedade de 6.193′415.576 pesos que, em parte, “seria o produto de dinheiro que teria recebido de grupos de autodefesa desmobilizados”. O órgão de investigação também obteve provas de que, alegadamente, o ex-chefe de segurança “recebeu dinheiro para permitir a libertação de membros dessas estruturas e alertá-los para os movimentos e operações das forças de segurança”, acrescentou.

Recorde-se que o general (r) fez parte da Polícia Nacional por 30 anos, da qual se aposentou em junho de 2009. A Procuradoria-Geral da República destaca que, antes de ser extraditado para os Estados Unidos, o oficial aceitou voluntariamente que participasse da “interceptação de linhas telefônicas”, na qualidade de “comandante da Gaula Urbano de Medellín, para que o paramilitarismo realizasse suas operações”.

Com relação à sua extradição, Santoyo foi condenado em 2012 a 13 anos de prisão nos Estados Unidos e a uma multa de US$ 125 mil por manter ligações com paramilitares e colaborar com traficantes de drogas. Cumpriu pena até 2019, quando retornou ao país, mas ao chegar ao aeroporto El Dorado, em Bogotá, foi capturado pelas autoridades colombianas.

Em 26 de abril de 2019, o Ministério Público impôs uma medida de garantia ao general (r) Santoyo como autor dos crimes acima mencionados, medida que foi notificada e executada em 29 de abril de 2019, dia em que ele chegou dos Estados Unidos.

Em 24 de março de 2021, um procurador delegado ao Supremo Tribunal de Justiça emitiu uma acusação, nos termos da Lei 600 de 2000, contra o general aposentado. O funcionário deixou a medida de garantia que Santoyo tinha, consistindo em prisão preventiva, firme. “Essas determinações foram confirmadas pelo gabinete do Procurador-Geral Adjunto da Nação, que negou o recurso apresentado pela defesa”, disse o órgão de investigação.

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