Google Maps adiciona Sites e Espaços de Memória na Argentina

Uma iniciativa para tornar visíveis os pontos ligados ao terrorismo de estado na Argentina durante a última ditadura cívico-militar

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O Google Maps adicionou 15 Sites e Espaços de Memória de diferentes províncias do país à sua plataforma, com o objetivo de preservar, marcar e tornando visíveis os locais ligados ao terrorismo de Estado na Argentina durante a última ditadura civil-militar.

Dessa forma, o Google acompanha o trabalho de divulgação da Secretaria de Direitos Humanos. Para realizar essa iniciativa, foi criada uma nova categorização para pontos de interesse no Google Maps chamada “Lugares e Espaços de Memória”, que não existe em nenhum outro lugar do mundo.

Esses pontos serão administrados pelo Ministério dos Direitos Humanos da Nação e terão informações oficiais sobre a história de cada um deles, além de imagens e destaques para saber em detalhes o que eles representam na história argentina. Ao mesmo tempo, as pessoas poderão adicionar suas próprias críticas, adicionar fotos ou relacionar suas memórias do que aconteceu, a fim de participar da construção digital e coletiva da memória.

A diferença entre locais e espaços de memória

Os Locais de Memória são aqueles lugares que funcionaram como centros de detenção clandestinos (CCD) ou onde eventos emblemáticos ligados às ações do terrorismo de Estado ocorreram até 10 de dezembro de 1983. Os sites hoje constituem, entre outros testemunhos, provas judiciais em julgamentos por crimes contra a humanidade. Até o momento, aproximadamente 800 sites que tiveram esse uso foram identificados.

Os Espaços de Memória são alguns dos sites vinculados ao terrorismo de Estado que foram convertidos com esse nome. No país existem mais de quarenta dessas experiências - entre espaços e projetos - nas quais atividades educacionais, culturais, artísticas e de pesquisa voltadas para a transmissão da memória e a promoção dos direitos humanos são realizadas de forma permanente.

“Trabalhamos em conjunto com a Secretaria de Direitos Humanos para podermos divulgar melhor os Sites e Espaços de Memória, que agora têm visibilidade no Google Maps. Assim, a Argentina é o primeiro país a integrar em nossa plataforma a nova categoria “Sites e Espaços de Memória”, disse Eleonora Rabinovich, Gerente Sênior de Políticas Públicas e Assuntos Governamentais do Google Southern Cone, em comunicado divulgado pela empresa. Ele acrescentou: “No Google queremos contribuir com nossa tecnologia para que todos possamos visitar, aprender, lembrar e refletir sobre um período crucial para a construção de nossa memória coletiva. Colocar essa memória no mapa é mais um passo para garantir que esses crimes nunca sejam repetidos.”

Por sua parte, Horacio Pietragalla Corti, Secretário para os Direitos Humanos da Nação, disse: “Esta colaboração marca um marco porque permitirá que mais pessoas conheçam os Sites e Espaços de Memória de nossos país, e o trabalho de construção da memória e promoção de direitos que realizamos a partir da Secretaria de Direitos Humanos”.

Por outro lado, Pietragalla Corti enfatizou a importância de incorporar informações confiáveis sobre cada um desses lugares. “Os dados incluídos são baseados na coleção documental realizada pelo Arquivo Nacional da Memória e no trabalho realizado pela Direção Nacional de Locais de Memória da Secretaria, juntamente com as Organizações de Direitos Humanos de cada uma das províncias. Estamos muito orgulhosos de ser o primeiro país a implementar essa nova categoria, honrando a tradição da Argentina como referência para os direitos humanos em todo o mundo”, disse.

Os primeiros 15 lugares foram selecionados pelo Ministério dos Direitos Humanos da Nação com base em sua representatividade dos vários crimes cometidos e sua localização federal. A este respeito, foi escolhido um local onde os presos políticos foram assassinados; um cemitério onde as vítimas da última ditadura foram enterradas irregularmente; uma delegacia de polícia; dois regimentos administrados por unidades das forças armadas; um local de Inteligência, onde os sequestros de militantes foram coletados e planejados; empresa e uma unidade prisional.

Aqui estão os 15 lugares e espaços de memória no Google Maps:

1. Local do memorial Cemitério San Martín (Villa Lynch, San Martín, Província de Buenos Aires).

2. RI9 Memory Site (Cidade de Corrientes, Corrientes).

3. Batalhão de Inteligência 601 (Cidade Autônoma de Buenos Aires).

4. Local do memorial Campo de Mayo (Los Polvorines, Província de Buenos Aires).

5. Lugar de memória Masacre de Palomitas (General Güemes, Salta).

6. Local de memória Ford Factory (Gen. Pacheco, Tigre).

7. Local da memória antiga Legislatura de San Juan (San Juan, Província de San Juan).

8. Local de memória 41ª Delegacia de Polícia em Calilegua (Calilegua, Jujuy).

9. Local do memorial Unidade Criminal nº 1 de Córdoba (General San Martín, Córdoba).

10. Espaço para Memória ex CCD ESIM (Mar del Plata, Província de Buenos Aires).

11. Espaço para memória ex CCD “La escuelita de Famaillá” (Famaillá, Tucumán).

12. Espaço para Memória ex CCD “Automotores Orletti” (Cidade Autônoma de Buenos Aires).

13. Espaço para Memória ex CCD “Olimpo” (Cidade Autônoma de Buenos Aires).

14. Espaço para Memória ex CCD “Club Atlético” (Cidade Autônoma de Buenos Aires).

15. Espaço para Memória ex CCD “Virrey Cevallos” (Cidade Autônoma de Buenos Aires).

Por meio da Direção Nacional de Locais e Espaços de Memória da Subsecretaria de Promoção, desde 2007 a Secretaria vem identificando antigos centros de detenção clandestinos e outros locais ligados às ações do terrorismo de Estado. Desde 2011, essa política foi enquadrada na Lei nº 26.691 sobre a Preservação, Sinalização e Disseminação de Locais de Memória do Terrorismo de Estado.

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