Cientistas descobrem novos organismos à medida que descem pela primeira vez a 8.000 m da costa do Chile

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repete com mudança de origem e assinatura ///Santiago, 17 Mar 2022 (AFP) - Descemos para “onde nenhum ser humano jamais havia chegado”: o cientista chileno Osvaldo Ulloa, que liderou a expedição que mergulhou 8.000 metros de profundidade na costa do país sul-americano em janeiro, conta à AFP sobre as descobertas de novos organismos microscópicos sobre os quais os pesquisadores hoje têm mais dúvidas do que respostas.Ulloa, diretor do Instituto Millennium de Oceanografia da Universidade de Concepción, liderou o grupo de três pessoas que desceram, a bordo do submarino Limiting Factor, para a Trincheira do Atacama, uma enorme lacuna no Oceano Pacífico que se estende por 5.900 km do Equador ao sul do Chile.” Fizemos a proeza de levar seres humanos para o poço onde nenhum ser humano jamais havia chegado”, diz Ulloa em entrevista por telefone à AFP. A expedição “Atacama Hadal”, que também foi integrada pelo explorador americano Victor Vescovo, e pelo vice-diretor do Millennium, Rubén Escribano, começou em 13 de janeiro e prorrogado por 12 dias na costa de Mejillones e Tal Tal, no norte do Chile.” A 100 metros de profundidade não há luz, o que aumenta o silêncio da profundidade”, diz Ulloa.Foi então necessário “acender as poderosas luzes LED instaladas fora da cápsula do submarino”, permitindo ao grupo observar o que nenhum olho humano jamais havia visto antes”. Encontramos estruturas geológicas e lá vimos um tipo de holotúria ou pepinos-do-mar translúcidos, como gelatina, que não tínhamos registrado e que provavelmente eram novas espécies”, explica Ulloa.” Também descobrimos algumas comunidades bacterianas que tinham até filamentos que não sabíamos que existiam na Trincheira do Atacama e que se alimentariam de compostos químicos e inorgânicos, o que levanta muitas questões: quais compostos são esses? Que tipo de bactéria são elas? Diante dessas perguntas, ele admite: “Não temos ideia” sobre as respostas. “Nós vamos ter que voltar lá.” A expedição também encontrou espécies de anfípodes (Eurythenes atacamensis) descobertos lá em uma expedição não tripulada em 2018, crustáceos necrófagos, vermes segmentados e peixes translúcidos.” A grande população desses organismos encontrados vai contra o que sabíamos: (que) à medida que a profundidade aumenta, a abundância e a diversidade de organismos diminuem”, acrescentou. - “Sensores” de terremoto — A Trincheira do Atacama está localizada no mesmo lugar onde a placa de Nazca e a placa sul-americana colidem, duas das placas tectônicas que fazem parte do cinturão de fogo do Pacífico, causam os terremotos e tsunamis que ocorrem com frequência nesta área”. Colocaremos três sensores na placa sul-americana e dois na placa de Nazca para ver como o fundo do oceano está deformado, (agora) esses tipos de sensores só existem em terra”, diz Ulloa.” Esses sensores nos permitem saber em que área não houve terremoto e (onde) a energia está se acumulando e muito provavelmente haverá o próximo terremoto”, o que poderia ajudar a estimar o local de um próximo terremoto, explicou. O observatório começará a ser instalado no segundo semestre deste ano.” É um projeto tremendamente ambicioso, o maior experimento já feito em geologia subaquática aqui no Chile”, diz Ulloa.” E há muito interesse da comunidade internacional em colocar mais sensores e usar essa região para estudar todos os processos associados à colisão dessas duas placas”, diz o cientista.msa/pa/rsr —

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