O Congresso chileno estendeu, a pedido do novo governo de Gabriel Boric, a presença de soldados no norte do país por mais 15 dias, onde realizam o controle sobre a entrada irregular de migrantes através da fronteira com a Bolívia.
Esta é a segunda extensão do Estado de Emergência que permite a militarização no norte, uma vez que foi decretada pelo então presidente Sebastián Piñera (2018-2022) em 16 de fevereiro.
Piñera estendeu a medida 15 dias depois, mas a segunda prorrogação, ordenada pelo esquerdista Boric (2022-2026), teve que ser aprovada pelo Congresso. A Câmara dos Deputados e Senadores votaram separadamente na quarta-feira a favor desta medida, que estará em vigor até 1º de abril.
“Espero que em mais 15 dias não precisemos solicitar uma (nova) extensão. Mas se avaliarmos o contexto difícil que é a crise humanitária que afeta o norte, mas que é um problema nacional, obviamente teremos que ponderar uma extensão naquele momento”, disse Izkia Siches, ministra do Interior, após aprovação no Congresso.
Milhares de migrantes, principalmente venezuelanos, atravessam a pé através de travessias clandestinas inóspitas para as províncias chilenas de Arica, Parinacota, Tamarugal e El Loa (fronteira com o Perú e a Bolívia).
Muitos migrantes pobres se estabelecem para viver em acampamentos precários nas praias e praças no norte do Chile, o que causou desconforto a parte da população local. Em Iquique e em outras cidades, houve protestos contra a presença massiva de estrangeiros.
A medida permitiu a implantação de 672 militares e aumentou em 100 policiais para o controle dessas fronteiras localizadas em áreas desérticas e montanhosas.
Uma nova lei de migração permite que as autoridades chilenas “redirecionem” todos os migrantes que entraram irregularmente no país para a fronteira.
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