Carlos Tavares, CEO global da Stellantis (empresa que reúne Fiat, Peugeot, Citroën e Jeep, entre outras marcas) e Antonio Filosa, presidente da Stellantis South America, falaram sobre os projetos do grupo, a situação atual do país e como são seus objetivos para a Argentina “para aumentar a produção”.
No âmbito de uma conferência de imprensa com a participação da Infobae, os executivos destacaram as conquistas da empresa na Argentina em 2021, embora também compartilharam suas preocupações sobre as variáveis econômicas locais e “os novos desafios” que o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) poderia trazer.
Segundo eles, há mais oportunidades na Argentina e eles estão estudando atualmente. “Sabemos que existe uma realidade, temos amigos argentinos... Precisamos ser mais competitivos para ajudar que as exportações não sejam motivadas pelo comércio, mas também pela rentabilidade”, disse o executivo português que era o número 1 do Groupe PSA e que após a fusão com a FCA comanda o novo Stellantis.
Questionado pela mídia sobre os problemas de importação para o país, Tavares destacou que “tudo se baseia na disponibilidade de moedas estrangeiras no sistema bancário argentino. Obviamente, o que todos estamos tentando fazer é aumentar ou pelo menos encontrar um equilíbrio entre as trocas entre a Argentina e o Brasil para que o desenvolvimento da indústria na Argentina possa continuar, com base na existência de recursos e moedas estrangeiras que permitem a importação de tudo o que precisa ser importado.”
Nesse sentido, ele esclareceu que esse é um aspecto que não se limita apenas à indústria automotiva, mas à competitividade de tudo o que agrega valor agregado à Argentina. “Nossa política tem isso previsto, dentro de nossa estratégia é aumentar a produção na Argentina. Aliás, a decisão de fabricar o Peugeot 208 na Argentina estava enraizada nesse entendimento do equilíbrio entre as trocas”, ressaltou.
Ele disse: “O Peugeot 208 está funcionando muito bem, com grande sucesso e uma boa recepção do mercado. Antonio (Filosa) tomou a decisão de colocar duas equipes para trabalhar na fábrica argentina, para que o sucesso comercial também pudesse ser apoiado pela produção e esse foi o caso. Poderíamos ter feito mais se tivéssemos mais semicondutores, mas tivemos essa dificuldade. Estamos muito perto de criar uma competição para nosso concorrente que está em níveis altos. E vamos terminar 2022 muito perto dessa posição número um.”
Sobre o acordo do governo nacional com o Fundo Monetário Internacional (FMI), Filosa disse: “Eu acho que é um acordo com objetivos difíceis”. Ele continuou: “Parece-me que o Governo argentino entrou em uma negociação bem-sucedida. Como empresa, estamos prontos e prontos para os novos desafios que tal acordo poderia trazer: por exemplo, alguma restrição ao comércio internacional”.
“A única preocupação é em relação aos fornecedores argentinos”, confessou. E então ele disse: “Temos o carro mais integrado localmente na Argentina, que é o Fiat Cronos, com mais de 50% dos componentes saindo das fábricas dos fornecedores argentinos. Estamos crescendo em integração local com o Peugeot 208, um carro fantástico que crescerá como uma integração local com fornecedores argentinos. A única coisa que precisamos ter em mente é que os fornecedores devem ser ajudados nessa transição do acordo com o FMI que acaba de ser sancionado”.
Planos na Argentina
Quando questionado sobre os planos da empresa no país, Tavares comentou: “Somos os líderes dos mercados argentino e brasileiro”. Ele argumentou que eles entendem “perfeitamente” o funcionamento do Mercosul e, nesse sentido, observou que buscam “um equilíbrio de trocas entre Brasil e Argentina”. “Talvez estejamos ou estejamos no nível dois das montadoras no Mercosul, em relação ao intercâmbio entre os dois países. É por isso que estamos contribuindo sinceramente para que essas trocas se tornem realidade”.
“Obviamente, também está claro que há mais oportunidades na Argentina e no Brasil. E posso dizer que nosso plano estratégico para o produto é extremamente rico, extremamente poderoso. E continuaremos a utilizar totalmente o potencial do mercado do Mercosul. Como eu disse, somos líderes e queremos aumentar nossa liderança”, confirmou o CEO Global da Stellantis.
“Podemos fazer muito mais. Parece-me que há mais espaço para progresso”, enfatizou. Ele observou: “Há muito o que fazer no mundo industrial argentino para tornar as exportações da Argentina ainda mais lucrativas, buscando esses equilíbrios comerciais entre os dois países”. A empresa, indicaram, está atenta e ajudará os dois países nesse intercâmbio “porque é uma contribuição ética e formal de nossa empresa para a saúde econômica de ambos os países”.
Nesse sentido, Filosa enfatizou que a Argentina já estabeleceu novas regras de comércio com o Brasil no Mercosul regulamentado. Ele disse: “Nós, como empresa, temos o objetivo de crescer no país onde já somos líderes, onde já temos o carro mais vendido, que é o Fiat Cronos, seguido pelo Peugeot 208. Certamente continuaremos a crescer.”
Sobre suas perspectivas para 2022, o presidente da Stellantis America afirmou: “Somos a empresa que mais cresceu em exportações em 2021 - em comparação com 2020 - e que mais crescerá em 2022, talvez competindo com a empresa de exportação número 1 que é a Toyota”.
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