A autora canadense de quadrinhos Julie Doucet foi premiada com o Grande Prêmio do Festival de Cinema de Angoulême (sudoeste da França), por seu trabalho “underground” e iconoclasta, informou o concurso na noite de quarta-feira.
Doucet (56) é a quarta mulher a conquistar o troféu em Angoulême, considerado o festival de quadrinhos mais importante do mundo.
“Tudo isso começou como um jogo: um pequeno fanzine na década de 1980 com um título muito pouco claro. E aqui estou eu, em Angoulême, ganhei o prêmio mais importante da indústria de quadrinhos”, disse o vencedor na cerimônia de abertura do Festival.
Julie Doucet ficou conhecida no mundo da ilustração gráfica com uma série de fanzines que criou há cerca de 30 anos, “Dirty Plotte”, com um tom ácido e irreverente, e que ao longo dos anos se tornaram objetos de colecionadores.
Antes de Doucet, três mulheres receberam o prêmio: as francesas Claire Bretécher e Florence Cestac e a japonesa Rumiko Takahashi.
“Eu gostaria de dedicar este prêmio a todos os autores do passado, presente e futuro”, disse Julie Doucet.
O festival foi realizado novamente com convidados após ter cancelado sua edição de 2021 devido à epidemia de covid-19.
A cerimônia de abertura também serviu para apresentar uma série de desenhos em homenagem ao povo ucraniano.
O cartunista norte-americano Chris Ware, premiado em 2021 e que, como a tradição ditou o prémio deste ano a Julie Doucet, comparou o presidente russo, Vladimir Putin, a um “valentão no pátio de uma escola”.
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