Após o discurso do Presidente da República, Pedro Castillo, no Congresso, houve várias reações da oposição e congressistas do governo. Embora houvesse críticas, eles concordaram que não era um discurso de confronto contra o parlamento e saudaram o fato de o presidente ter se aproximado das bancadas da oposição no final de seu discurso.
Norma Yarrow, da Renovação Popular, considerou que o discurso de Castillo visava impedir que os congressistas votassem a favor de uma vaga presidencial.
“Acho que todos nós tínhamos outra expectativa. Ele cometeu um mea culpa por ter cometido alguns erros, mas nada foi visto da mudança de ministros. (...) Não fez um mea culpa em relação aos parentes que estão ligados em casos disputados. Foi um longo discurso, paporretero, não de um presidente”, disse ele ao canal do Congresso.
Enquanto isso, a deputada da Força Popular, Martha Moyano, criticou a referência do presidente a questões relacionadas à moção de vaga presidencial.
“Para nós foi como se fosse uma mensagem de 28 de julho. (...) Vamos ver o que os estadistas dizem, porque o homem deu números e vamos revisá-los se eles realmente (é verdade). (É) incorreto que trate do assunto de suas acusações: vacância e acusação inconstitucional. Ele não pode avançar, mas de qualquer forma terá que vir em 28 de março”, disse.
DIGA OLÁ PARA A AUTOCRÍTICA
Por outro lado, para o legislador Susel Paredes ela entendeu com bom humor que o presidente havia cometido um mea culpa de “seus erros e erros”.
“Não me lembro de um presidente que já disse 'Eu cometi erros e erros'. Acho que é positivo porque há autocrítica pela primeira vez (...) Hoje o que saúdo é a autocrítica do presidente (...) Somente com a autocrítica é que se constrói pontes reais. Porque com orgulho eles não constroem pontes”, disse.
O deputado Jorge Montoya disse que o discurso do presidente procurou “baixar a temperatura” da moção de vaga que seu partido, Renovação Popular, está promovendo e que será debatida e votada em 28 de março.
“Tentar diminuir a tensão da vaga é tentar limpar situações nas quais você possa estar envolvido nesse problema. Se isso tivesse acontecido depois (a moção de vaga), teria sido ótimo. Aqui ele interrompe um processo”, disse fora do Congresso, embora tenha reconhecido que a mensagem era sobre a construção de pontes, o que fez e o que vai fazer. “Isso é bom, no geral”, acrescentou.
NÃO HOUVE ANÚNCIO DE ADIANTAMENTO DAS ELEIÇÕES
Por outro lado, o presidente do Conselho de Ministros, Aníbal Torres, confirmou que estava nos planos do Executivo apresentar um projeto de lei para propor um adiantamento das eleições em caso de vaga no Congresso.
Torres disse, na frente do Palácio do Governo, que o presidente Castillo decidiu, no último momento, não propor o avanço das eleições gerais que foram incluídas em sua mensagem, uma vez que o presidente queria buscar “consulta” com o Parlamento.
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