Ex-combatentes das FARC pedem a Juan Manuel Santos que responda pela morte de “Alfonso Cano”

Membros do Partido Comum afirmam que o ex-chefe da guerrilha foi morto em estado de indefesa em 2011, seguindo uma ordem do presidente da época.

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Colombian President Juan Manuel Santos Calderon arrives to address the European Parliament in Strasbourg, France May 30, 2018.  REUTERS/Vincent Kessler
Colombian President Juan Manuel Santos Calderon arrives to address the European Parliament in Strasbourg, France May 30, 2018. REUTERS/Vincent Kessler

Esta terça-feira, 15 de março, o relatório 'Crimes de Guerra e Violações dos Direitos Humanos cometidos pelas Forças Militares e Agências de Segurança do Estado entre 1964-2016' foi apresentado à Jurisdição Especial para a Paz (JEP), elaborado por vários dos signatários do Acordo de Paz, bem como pelo O Coletivo de Advogados José Alvear Restrepo e a Fundação Lazos de Dignidade.

O relatório foi recebido pela juíza Marcela Giraldo, da Câmara de Reconhecimento, que explicou que “isso entrará nos processos de verificação da Câmara, no âmbito da investigação dos casos que o PEC já abriu e nos quais abrirá em breve”. Dentro do relatório, as FARC garantem que, no contexto do conflito armado, inúmeras violações do Direito Internacional Humanitário (DIH) foram feitas contra o grupo guerrilheiro.

Durante o evento, vários membros do Partido Comum, como “Joaquín Gomez”, Victoria Sandino e Benedicto de Jesús González Montenegro, pediram à Jurisdição Especial para La Paz (JEP) para chamar o ex-presidente da República Juan Manuel Santos para o atentado em que morreu na época chefe da este ex-guerrilheiro, Guillermo León Sáenz Vargas, vulgo 'Alfonso Cano'.

Segundo o ex-chefe do grupo guerrilheiro e membro do ex-secretariado, a morte de Alfonso Cano é um crime contra a humanidade desde que ele foi morto em um “estado indefeso”. Deve-se notar que Cano foi morto em novembro de 2011 em Suárez (Cauca), como parte da operação Odisseu, na qual um bombardeio foi realizado no campo onde ele estava hospedado.

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Como disseram em várias ocasiões ex-combatentes presentes na queda do líder guerrilheiro, ele foi baleado de joelhos e pediu aos soldados que respeitassem sua vida. Durante o evento com a jurisdição da paz González Montenegro, representante da Câmara e signatário da paz, disse que “há uma declaração do próprio ex-presidente Juan Manuel Santos, ganhador do Prêmio Nobel da Paz e signatário do acordo onde ele afirma ter dado a ordem para assassinar Alfonso Cano, quando ele já estava indefeso.”

A Operação Odisseu é considerada o maior golpe para a subversão de sua história, já que foi a primeira vez que um alto comandante do grupo guerrilheiro morreu em combate. Segundo informações oficiais, a operação foi resultado da colaboração interna das FARC e inteligência de diferentes fontes. Após a operação, Santos insistiu em pedir aos guerrilheiros que “se desmobilizem. Não os deixe esperando. Caso contrário, a prisão ou um túmulo os aguardam.”

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Na mesma linha, o Representante na Câmara, disse que outros ex-presidentes da República também estão atrasados em responder pelos excessos e outras violações do DIH que teriam incorrido durante suas administrações, “Andrés Pastrana e Álvaro Uribe Vélez, foram excluídos do a responsabilidade que eles têm como chefe de Estado no contexto do conflito”, disse.

Enquanto isso, a senadora Victoria Sandino apontou para a necessidade de reconhecer que vários ex-guerrilheiros e ex-comandantes das FARC foram vítimas no contexto do conflito, “reconhecemos essas responsabilidades, continuamos a responder aos apelos do PEC, mas isso não tira as violações do qual fomos submetidos ou vítimas de vários de nossos colegas das ex-FARC”, disse.

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