A tragédia em Pataz, localizada nas montanhas da região de La Libertad, poderia ser evitado, conforme anunciado no ano passado pelo Instituto Nacional de Defesa Civil (Indeci) e pelo Município Distrital de Parcoy. No entanto, os moradores não levaram em consideração os avisos.
Um relatório da Indeci, publicado em novembro de 2021, alertava que a origem dos colapsos na área não se deve à atividade mineradora, mas ao rio Retamas, que consome o solo ao seu redor dependendo da magnitude da estação chuvosa.
Deve-se notar que Retamas é uma cidade mineira onde vivem mais de 3 mil pessoas. Como os proprietários alugam quartos para famílias, uma casa de quatro andares pode acomodar, em média, cerca de 30 a 40 pessoas.
Por sua vez, o gerente municipal de Parcoy, Miguel Sánchez Lázaro, disse que os habitantes vivem há mais de 30 anos na faixa marginal do rio. “Não é que a atual administração local não tenha dado a eles condições para morar em outro lugar”, disse Sanchez.
“Todos os anos, na época das chuvas, eles vêm ao município pedindo ajuda porque a terra cede, há deslizamentos de terra, huaicos, ainda ontem choveu a noite toda. É um problema que não podemos resolver como governo local agora. Temos que realocá-los”, continuou.
No entanto, o gerente municipal de Parcoy lamentou que a população não queira ser transferida para outra área por causa das atividades que mantém. “É uma questão complexa”, explicou a Andina.
“A Retamas não tem mais um lugar para crescer e aqui é dividida por comunidades camponesas por causa do mesmo tema da atividade mineradora, e uma não vai ceder sua terra a outra. Temos toda a intenção de realocá-los, mas eles já estão assentados, eles têm uma atividade econômica e a mineração está lá, haverá oposição da população”, alertou.
ATUALIZAÇÃO SOBRE O COLAPSO EM PATAZ
O deslizamento de terra, lama e pedras enterraram dezenas de casas no anexo Retamas, localizado no remoto distrito de Parcoy, província de Pataz, na região de Libertad. O evento foi gravado às 7:00 desta manhã e nas imagens que viralizaram três horas após a tragédia, você pode ver o desespero dos habitantes que viram como o deslizamento de terra caiu violentamente e varreu tudo em seu caminho.
Na última atualização, a Indeci confirmou o desaparecimento de oito pessoas, incluindo 3 menores. Esta manhã retoma o trabalho de resgate que foi suspenso ontem devido à dificuldade e instabilidade da terra onde ocorreu o colapso. Segundo o ministro da Defesa, José Luis Gavidia, na área da tragédia, foram encontradas construções habitacionais de até 10 andares e muitas pessoas se recusaram a deixar suas casas apesar do risco. “Tivemos muita dificuldade em despejar as pessoas, elas não queriam sair de casa”, disse.
Enquanto isso, o novo presidente da Previdência Social da Saúde (EssaLud), Alegre Fonseca, enviou a brigada de saúde do Hospital Perú para atender os afetados pela emergência. Essa equipe de resposta é composta por 20 pessoas, incluindo médicos, enfermeiros, tecnólogos médicos e técnicos de enfermagem, que fornecerão assistência médica gratuita à população segurada e não segurada afetada pelo deslizamento de terra.
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