BUENOS AIRES (AP) — A justiça argentina acusou formalmente seis jovens entre 20 e 24 anos que estão detidos desde o final de fevereiro pelo estupro coletivo de uma jovem em plena luz do dia em um bairro turístico de Buenos Aires, em um dos casos de violência sexista com maior impacto social nos últimos tempos.
O juiz criminal e correcional Marcos Fernández processou Steven Alexis Cuzzoni, de 20 anos, 21 anos; Ignacio Retondo, 22; Angel Pascual Ramos, 23; Lautaro Dante Ciongo Pasotti e Franco Jesús Lykan, ambos com 24 anos, pelos crimes de “abuso sexual com acesso carnal”, agravados pela intervenção de dois ou mais pessoas”, de acordo com a decisão.
O incidente ocorreu em 28 de fevereiro e teve um forte impacto social porque os agressores estupraram uma menina de 20 anos dentro de um carro na tarde de um feriado no bairro de Palermo Soho, que é muito popular entre turistas e moradores, pois a área se destaca por restaurantes, bares e lojas de grife.
A vítima de 20 anos foi resgatada por vizinhos que alertaram a situação e chamaram a polícia, que prendeu os agressores.
A jovem, cuja identidade não transcendeu, reconheceu os seis acusados e declarou à justiça que o ato não foi consensual. Ele disse que havia encontrado os agressores em uma discoteca mais cedo naquele dia, que eles então compartilharam uma cerveja e que ele não se lembrava do que havia acontecido a seguir.
Testes toxicológicos revelaram a presença de maconha, metanfetaminas e anfetaminas no corpo da vítima, que só reconheceu ter consumido a primeira. A justiça suspeita que os réus haviam misturado as drogas em uma bebida que deram à jovem para cumprir sua tarefa.
“Eles agiram com base em um plano anterior com divisão de tarefas”, disse o juiz Fernández. “Isso permite que a totalidade do trabalho comum seja atribuída a eles, além do fato de que nenhum dos acusados não havia realizado a conduta descrita de sua própria mão”, em referência ao abuso.
Enquanto os estudos realizados sobre os agressores mostraram a presença de cocaína e drogas psicotrópicas.
A indignação com este caso ficou evidente em 8 de março, quando a massiva mobilização no centro de Buenos Aires para coincidir com o Dia Internacional da Mulher teve como um dos principais eixos a demanda por justiça contra os agressores.
Em caso de condenação, os jovens podem ser condenados a até 20 anos de prisão.